terça-feira, 21 de março de 2017


UM INIMIGO SÓ

 

Emmanuel

 

Quando a luz do conhecimento evangélico penetra o plano obscuro da nossa mente, estabelece-se a divisão, no mundo de nossa alma, entre o bem e o mal, entre a claridade e a sombra.

 

Compreendemos, então, que o nosso conceito de paz se modifica.

 

E, observamos, espantado, a paz do cofre recheado de ouro, que se transforma, com o tempo, em aflição da avareza; do excessivo reconforto da carne que, não raro, se converte em moléstia infeliz; da alegria da herança amoedada que, frequentemente, desaparece em amarga tortura mental; do contentamento da posse efêmera que, pouco a pouco, dá lugar a lamentável escravidão do espírito; da mentirosa segurança do poder humano que, cedo, se mergulha na pesada corrente do desencanto...

 

Chegamos, desta forma, a entender que a paz fictícia da morte moral acompanha sempre os iníquos e os perversos, os maus aparentemente triunfantes e os enganados de todos os matizes que despertam, invariavelmente, nos espinheiros da dor e da desesperação.

 

Por isso mesmo, a revelação do Evangelho em nós, na profunda intimidade de nossa alma, é guerra – luta imensa- que nos compele ao aprimoramento incessante e se nos vemos, realmente, muitas vezes, separados de nossos familiares e de nosso laços mais queridos ao coração, segundo o ensinamento da Boa Nova, somos obrigados a reconhecer que nesse combate sem sangue do nosso campo interior, somente possuímos um grande inimigo – o nosso próprio “eu” – separado da verdade divina, que precisamos reestruturar, nos moldes sublimes do nosso Divino Mestre, a golpes de sacrifício pessoal, a fim de que nos coloquemos ao encontro da grande fraternidade, para a vitória plena do amor em nosso espírito, em marcha sublime para a nossa destinação de filhos de Deus, na felicidade da vida Imortal.

 

REFÚGIO

Francisco Cândido Xavier

(Espírito de Emmanuel)

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