terça-feira, 13 de setembro de 2016


Dor Bendita

Epiphanio Leite

 

Lembro-te, velho amigo, a triste liderança...

Ajudas-te ao corcel... O corcel rincha e voa...

Ordenas atacar, a trombeta ressoa...

Levas contigo a morte e o sofrimento avança.

 

Aniquilas a vida, extingues a esperança...

Matas, feres, destróis, envileces à-toa...

Fazem-te chefe e rei, guardas cetro e coroa,

Mas, em plena vitória, o túmulo te alcança!...

 

Depois de tanto tempo, achei-te reencarnado;

Mendigo sem ninguém, redimes o passado...

Dói-me fitar-te a lepra em calvário imprevisto...

 

Entretanto, bendize a dor que te consterna,

Por ela, ascenderás à luz da vida eterna,

Para servir ao Bem, entre as hostes do Cristo!...

 

(Versos dedicados a um companheiro que conheci, há quatro séculos, na condição de guerreiro eminente e rei triunfante, amigo esse que teve a infelicidade de abusar do poder, na prática do mal, e que hoje reencontrei reencarnado, na posição de mendigo, entregue a dolorosas provações, na via pública).

 

VIDA EM VIDA

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

ESPÍRITOS DIVERSOS

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