quinta-feira, 24 de março de 2016


Século XX

 

 

Século XX. Entardece.

Fim do milênio segundo.

Jesus tutelando o mundo,

Hora de paz e de prece.

 

Conflito, inveja, rancor,

De nada valem na terra,

E o ódio que faz a guerra,

Só se desfaz pelo amor.

 

Desde milênios distantes

Assírios, gregos, romanos,

Formavam grupos insanos,

Ostentando o orgulho vão...

Viviam de luta armada,

Foice, forca, pedra, espada,

Terror e devastação.

 

Nesse clima belicoso,

Entre nós, brilha Jesus...

Mas a guerra do poder,

Pela astúcia e pelo mando,

Deu-lhe num gesto nefando,

Martírio e morte na cruz!...

Depois da angústia do Cristo,

 

A guerra vai aos cristãos,

Que morrem, dando-se as mãos,

Na arena de horror e fel.

Temos depois as cruzadas,

Com matanças nas estradas,

Domina o gládio cruel.

 

No entanto, os povos do tempo

Estavam todos cansados

De tantas guerras... Pediam

Nas sombras da Idade Média

Termo a qualquer desavença.

Surge, então, a Renascença,

Por elevada esperança,

Mas a guerra ressurgiu

Nos movimentos da França.

 

Século XX.. Anoitece.

Ouço dele estranhas vozes,

O nosso século XX

E' daqueles mais ferozes!...

 

Espíritas, companheiros,

Recordai a trilogia

União, serviço e amor,

Nas lutas de cada dia.

Resguardai com zelo e fé

Nossa doutrina de luz!...

Ante a treva mais espessa,

Que nenhum de nós se esqueça

Da rota para Jesus!...

Castro Alves

São Paulo, 7 de outubro de 1992

 

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