segunda-feira, 14 de março de 2016


Mortos

 

Há sempre numerosos mortos em nossa luta de cada dia, convocando-nos às preces da diligência e da bondade em favor de cada um.

 

Mortos que sofrem muito mais que os outros - aqueles que julgais sentenciados à cinza e à separação.

 

Há usurários que se sustentam, inermes, em túmulos de ouro.

 

Há dominadores do mundo que se mostram distraídos em seus imponentes sarcófagos de orgulho falaz.

 

Há juízes inumados em covas de lama.

 

Há legisladores mumificados em terríveis enganos da alma.

 

Há sacerdotes enterrados sob o catafalco adornado da simonia e administradores encerrados em urnas infernais de inconfessáveis compromissos.

 

Há jovens mortos no vício e velhos amortalhados no frio da negação.

 

Há sábios enrijecidos no gelo da indiferença e heróis paralíticos sobre a essa de fantasias e ilusões.

 

Há impulsos em sepulturas de espinhos e preguiçosos em sepulcros de miséria.

 

Se proclamardes a verdade perante todos eles, almas cadaverizadas no esquecimento da Divina Lei, decerto, responder-vos-ão com a inércia, com a ironia e com a imobilidade.

 

Para eles, pronunciou o Senhor as antigas palavras:- “Que os mortos enterrem os seus mortos”.

 

Procuremos a vida, descerrando nosso coração ao trabalho incessante do Bem Infinito...

 

Porque, na realidade, só aquele que aprende e ama, renovando-se incessantemente, consegue superar os níveis inferiores da treva, subindo, vitorioso, ao encontro da Vida Verdadeira com a eterna libertação.

 

Alma e Luz

Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

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