domingo, 27 de maio de 2012

Espiritismo aplicado

Quando criei o título deste artigo, imaginei que as pessoas irão corretamente pensar em conhecimentos doutrinários aplicados no mundo, não apenas nos ambientes favoráveis como o Centro Espírita. Mas, na realidade muitos espíritas ainda evitam a sua clara exposição de fé nas atividades cotidianas, procurando ser morais e bons sem, no entanto, dizerem qual a sua motivação.
Sinto imensa alegria ao verificar que aos poucos as coisas estão mudando sob esse aspecto. Há décadas o Espiritismo tem conquistado o respeito das pessoas e isso facilita que mais integrantes de sua seara sejam encorajados a exporem-se sem medo de retaliações, pois o preconceito religioso consegue ser cruel tanto quanto qualquer outro tipo de preconceito.
A questão é que ostensivamente podemos ser, por exemplo, “médicos espíritas", além de “espíritas médicos“; da mesma forma podemos ser “advogados espíritas“, “juízes espíritas“, “professores espíritas“, “escritores espíritas“, “jogadores de futebol espíritas“… são infinitos os papéis sociais que podem ser exercidos com a vestimenta moral do espírita.
Sei que muitos discordarão quando digo que precisamos nos expor mais quanto a questão da fé, pois acham que seria uma espécie de imposição. Mas se me permitem, sou exemplo vivo de que estão equivocados. Por ser expansiva e direta, nunca omito a minha condição de espírita, aproveitando toda e qualquer oportunidade para fazer referência a essa situação. E por não ver separação entre a moral espírita e a moral humana necessária para uma boa existência, nunca desvinculo meus atos da fonte que os motivou.
Essa atitude de transparência nitidamente atrai a atenção das pessoas para a realidade espírita: fazem questionamentos, pedem dicas de livros, perguntam onde podem assistir palestras, procuram para obter vibrações em momentos de dificuldades, isso dentre outras reações tão positivas quanto as citadas. Esse modo de ser, além de tudo, privilegia o relacionamento e a conversa aberta sobre fé e religião com católicos, evangélicos, testemunhas de jeová, umbandistas, ateus, budistas e quem mais quiser.
Usei-me como exemplo por saber que o que digo é fato, mas é certo que que cada leitor pode experimentar por si mesmo e tirar a dúvida. Em se tratando de exposição da condição de espírita, diga-se, aliás, que há tempos existem diversos grupos de profissionais espíritas que se reúnem para estudar a profissão e a sua intervenção no mundo sob a ótica espírita. Esses grupos são de profissionais e espíritas, os quais unem os dois aspectos de suas existências em um mundo só, o da prática profissional moralizada pelo conhecimento doutrinário. Já existe a Associação Jurídico-Espírita, a Associação dos Magistrados Espíritas, a Associação de Médicos Espíritas, a União dos Delegados Espíritas, dentre outros grupos nacionais e internacionais. Uma boa notícia nesse sentido: em março último realizou-se o I Encontro Nacional de Parlamentares e Políticos Espíritas - imaginem o impacto positivo na política, o interesse real pela moralidade?!.
Vamos, portanto, nos expor mais, pois sempre seremos exemplos. Não temamos essa exposição, é possível – embora eu admita que isso seja, as vezes, um grande desafio – ser espíritas no mundo dos negócios, na vida profissional, na política, nos relacionamentos em geral.


Recomendo!
Vania Mugnato de Vasconcelos

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