domingo, 27 de junho de 2010

Não Fujas

Não Fujas







Se a torva prova te bate à porta,
Impelindo-te à angustia estranha e intensa,
Que a tormenta de pranto te não vença
Inda mesmo a esperança quase morta.




Esquece o lodo, a lama, o espinho, a ofensa...
O sofrimento é a lúcida retorta
De fel que nos redime e nos exorta
A esperar pela Vida eterna e imensa.




De coração cansado e fronte erguida,
Sofre de alma gemente e consumida,
Sem fugir à aflição da dor que é tua!...




Dever negado é divida crescente,
O desertor padece amargamente
E, além da morte, a vida continua...




Arnaldo Souza
Livro: Poetas Redivivos
Pisicografia de Chico Xavier 



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