quinta-feira, 2 de julho de 2020

Crises

“Pai, salva-me desta hora; mas para isso vim a esta hora.” – Jesus (João, 12:27)

A lição de Jesus, neste passo do Evangelho, é das mais expressivas.
Ia o Mestre provar o abandono dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da véspera, a ironia da multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se encontrava para isto, consoante os desígnios do Eterno.
Pede a proteção do Pai e submete-se na condição do filho fiel.
Examina a gravidade da hora em curso, todavia reconhece a necessidade do testemunho.
E todas as vidas na Terra experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita das experiências necessárias.
Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão. É a crise que decide o futuro.
A terra aguarda a charrua.
O minério será remetido ao cadinho.
A árvore sofrerá a poda.
O verme será submetido à luz solar.
A ave defrontará com a tormenta.
A ovelha esperará a tosquia.
O homem será conduzido à luta.
O cristão conhecerá testemunhos sucessivos.
É por isto que vemos, no serviço divino do Mestre, a crise da cruz que se fez acompanhar pela bênção eterna da Ressurreição.
Quando pois te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.

Fonte: XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 1. ed. 10. imp. Brasília: FEB, 2017. cap. 58. Revista O Reformador.

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