segunda-feira, 23 de março de 2020


Na Ribalta da Vida

Ei-los que passam...
Tristes viajadores sem rumo...
Trazem o rosto desfigurado...
Exibem o coração sangrando...
Quem os terá feito assim?
Deus certamente não foi.
Auxiliai-os, em nome do Amor.
Perguntai porque lhes secaram as lágrimas nos olhos...
Auscultai-lhes o sofrimento...
Esses irmãos desesperados, quase enlouquecidos de dor, suplicam piedade...
Devolvei-lhes a esperança perdida e restaurai-lhes a alegria despedaçada...
Na ribalta da vida, eles esperam pelos Céus...
E Deus não possui, a fim de reerguê-los, outras mãos que não sejam as nossas...

Irmão José


Saudade

A saudade no meu peito
E uma dor chorando em mim,
Doendo com muito jeito
Remédio não lhe dá fim.

Saudade! Por defini-la,
Meu cérebro se incendeia.
Saudade algema de luz,
Amor que nos encadeia.

Uma pérola luzente
Fulgurando em justo brilho
Eis a lágrima silente
Que chora a mãe pelo filho.

Saudades de minha mãe...
Uma tristeza sem fim.
A lágrima que não cessa
De verter dentro de mim.

Adeus!... Abanas o lenço
Na hora da despedida.
Mas nunca existiu adeus
Para quem ama na vida.

Felicidade... Em dez letras
Todo um mundo de ambição.
Saudade... Em só sete letras
Tanta dor no coração.

Ninguém diga que a saudade
Dói menos em quem partiu.
Lágrima estranha e sentida
É aquela que ninguém viu.
Casimiro Cunha

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