sábado, 1 de outubro de 2016


Música para Chico Xavier
 
“... Creio sinceramente que, em nosso Plano, jamais houve uma recepção semelhante a um espírito que tivesse deixado o corpo, após finda a sua tarefa no mundo; com exceção do Cristo e de um ou outro luminar da Espiritualidade, ninguém houvera feito jus ao aparato espiritual que se organizara em torno do desenlace de Chico Xavier.” 137
 
Assim se expressou o benfeitor Dr. Inácio Ferreira que, acompanhado de Dr. Odilon Fernandes, Lilito Chaves, Paulino Garcia e outros trabalhadores da Espiritualidade Maior, estiveram presentes ao cortejo espiritual que contou com milhares de espíritos
encarnados e desencarnados, durante a recepção de Chico na vida além da vida.
 
Ao manusearmos a referida obra, podemos relembrar, com saudade e carinho, a grandeza espiritual deste magnânimo espírito que, como nos diz Dr. Inácio, foi conduzido imediatamente a Páramos Superiores, elevado a Dimensões que não podemos sequer conceber. Certamente para o justo aconchego aos corações amados que o aguardavam após finda a missão incoercível e incomparável. Em momento oportuno retornará para continuar sua orientação aos nossos aflitos corações já saudosos.
Neste instante extraordinário fez-se presente a música, como podemos observar na fala de Inácio:
 
“Os pensamentos de gratidão e as preces que lhe eram endereçadas formavam um halo de luz protetor que tudo iluminava num raio de cinco quilômetros; porém essa luz amarelo-brilhante contrastava com a faixa de luz azulínea que se perdia entre as estrelas no firmamento. A cena era grandiosa demais para ser descrita e desafiaria a inspiração do mais exímio gênio da pintura que tentasse retratá-la. Uma música suave, cujos acordes eu desconhecia, ecoava entre nós, sem que pudéssemos identificar de onde provinha, como se invisível coral de vozes infantis, volitando no espaço, tivesse sido treinado para aquela hora.” (p. 49).
Ainda na narrativa da abençoada obra sobre a recepção do nosso “Chico”, Dr. Inácio, após reproduzir os discursos de Léon Denis e de Veneranda, esta que se fazia acompanhar de Bezerra de Menezes, Emmanuel, Eurípedes Barsanulfo e Celina – a excelsa mensageira de Maria de Nazaré - comenta:
“O silêncio reinante era de tal ordem que, aos nossos ouvidos, a voz inarticulada da Natureza nos parecia uma sinfonia; de minha parte, confesso-lhes que eu nunca tinha ouvido a música dos astros e nem podia imaginar que o próprio silêncio tivesse voz. A faixa azulínea que se transformara num arco-íris ainda se mostrava mais viva, e todos permanecemos na expectativa do que não sabíamos
pudesse acontecer.” (p. 68).
Enquanto tais desdobramentos quase intraduzíveis se processavam no plano espiritual, Dr. Inácio, aguçando os sentidos, quis ver os preparativos para o cortejo final no Plano Físico. O ápice do evento se processou em harmonia com o entoar de singelo cântico à Maria. Assim segue a narrativa:
 BACCELLI, Carlos A. Na Próxima Dimensão. Uberaba: Pedro e Paulo, 2002
Música – um despertar para a felicidade (USEERJ)
 
“... e, justamente, quando começou a ser entoada a canção “Nossa Senhora” e os nossos irmãos começaram a movimentar-se, dando início ao cortejo, uma luz indescritível, descendo por aquele leque iluminado que ligava a Terra ao Infinito – a faixa de luz que ali se instalara logo após ter sido armado o velório no “Grupo Espírita da Prece” –, uma Luz que, para mim, era muito superior à luz do
próprio Sol e que me acionava a memória para a lembrança da visão que Paulo teve do Cristo, às portas de Damasco, repetiu com indefinível ternura: – “Vinde a mim, todos que andais em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu julgo é suave e o meu fardo é leve.” (p. 68).
É intrigante a obra de Baccelli, assim como a figura bem humorada e segura do Dr. Inácio, juntamente com os curiosos comentários de Dr. Odilon. Selecionamos com carinho alguns interessantes excertos. Em alguns episódios alcança-se nitidamente a precisão e a coesão doutrinária, noutros a polêmica se faz presente.138
 
Ao nosso Chico, o cândido amigo, o semeador de luz sobre a Terra, não poderia faltar, no momento glorioso e derradeiro, a presença da “Música”. E queremos humildemente ofertar-lhe o reconhecimento de todos nós encarnados ou não, dos mais diversos credos, culturas, níveis sociais, ideais... Com a palavra quase embargada, externamos nossa gratidão por sua fértil semeadura, pelo extremo carinho, pelo exemplo vivo! Ao iluminado amigo que veio-nos reavivar e complementar a mensagem única da Doutrina dos Espíritos nossas melhores vibrações de amor e agradecimento.
 Devemos citar brevemente que Dr. Inácio Ferreira, através da mediunidade de Baccelli, alude à questão de ser Chico Xavier a reencarnação de Kardec. Outros consideráveis nomes do Espiritismo fazem, no entanto, comentário oposto com a mesma veemência. Como realmente não nos importa com quem está a razão, tomamos da obra referida sua parte inquestionável e em acordo com o senso comum, que trata com todo respeito e segurança outros aspectos da Doutrina e a figura do nosso Chico. Deixamos as querelas para que o tempo e o amadurecimento se encarreguem de esclarecer (se houver necessidade!).
 
Música – um despertar para a felicidade (USEERJ)
 

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