segunda-feira, 18 de maio de 2015


IRMÃO DE JESUS
 
            Ele se fez o irmão da pobreza, a fim de que ela ficasse digna e enriquecedora.
            Ele se tornou o irmão da Natureza, de forma que todos vissem o Pai criador nela refletido.
            Ele se transformou no irmão das aves, elevando-as a condições superiores.
            Ele se condicionou como irmão dos animais, descendo à mais bela comunhão de solidariedade que se conhece.
            Ele se consagrou como irmão dos astros, revelando sua realidade estelar.
            Ele dialogou com todos: os ricos e os pobres, as águas e os servos da vida, saudáveis e enfermos, abençoando-os e atraindo-os a si com a força irrestível do amor.
            Rico, tornou-se tão pobre que a sua fortuna era nada possuir.
            Cantor, dirigiu a música da sua voz para falar em nome de todas as vozes, principalmente daqueles que, miseráveis no mundo, haviam perdido o direito de ter voz.
            Numa época na qual os homens se isolavam nos castelos e palácios, ou se escondiam em choças misérrimas, ele ergueu como ponte, unindo as criaturas.
            Todos levantavam paredes, e Francisco derrubava-as.
            Enquanto se apresentavam e se mantinham distâncias, ele surgia como aproximação. Ninguém que amasse tanto quanto ele amava.
            Depois do amigo, jamais alguém que houvesse sido tão fiel, tão irmão de todos.
            Hoje, a sua voz ainda prossegue chamando as almas para Deus.
            A força do seu verbo continua arrebatando, porque penetra o mais profundo do ser humano, e quem a ouve nunca mais deixa de escutar-lhe o cântico.
            Os silêncios de suas meditações falam alto.
            A sua ternura comove e convence.
            Ele é indiminuto na sua pequenez, na sua singeleza.
            A morte não o calou, a fragilidade orgânica não lhe impediu o dever de atender o chamado do seu Senhor.
            Ele continua incorruptível no ministério que mudou, em plena idade média, os rumos da fé e do amor.
            Quando a decadência político-religiosa se anunciava, como decorrência do abuso do poder e das arbitrariedades, Francisco dignificou a criatura humana, colocando-a em patamares elevados, e propôs-lhe felicidade com Jesus.
            O mundo, depois dele, ficou diferente, qual sucedera antes com o do seu Amado.
            A simplicidade enfrentou a afronta; a pureza não temeu a perversão.
            Ele não é somente um símbolo, mas a realidade do próprio amor.
            O seu psiquismo prossegue envolvendo a Terra, e todos aqueles que sintonizam com a sua vibração experimentam paz e se enriquecem de esperança.
-           Quando a Irmã Morte se lhe acercou, ele recebeu-a sorrindo, saudou-a...
            Francisco, por fim, é o irmão de Jesus, como nenhum outro se identificou com tão grande afinidade...
            Nestes dias tumultuosos, ergue tua doce voz e canta outra vez aos ouvidos surdos da Humanidade o teu hino de bênçãos e de louvor, intercedendo junto ao teu Irmão por nós todos, os pobres filhos do Calvário!
JOANNA DE ÂNGELIS
Médium:  Divaldo Pereira Franco – Livro: Sob a Proteção de Deus

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