sábado, 15 de junho de 2013

Meu filho

(Versos a um Espírito amado, que foi meu filho em outras reencarnações e que reencontrei, agora, mudo e cego desde o berço em tarefa expiatória, por abusos da inteligência)


Filho meu de outro tempo, armei-te de ouro e lança,
Exortei-te a sonhar: “ama, constrói, ensina!...”
E transformaste o mando em presença assassina;
Vejo-te a trilha em fogo onde a memória alcança.

Quis ver-te reencarnado.., O amor jamais descansa.
E achei-te — águia enjaulada em gaiola mofina —-
Cego e mudo a esmolar e a gemer em surdina.
Trazes luto no peito e chagas na lembrança!...

Chorei ao reencontrar-te em provações supremas...
Louvo, entanto, meu filho, as ríspidas algemas
Da dor a nos zurzir, ao redor de teus passos!

O pranto lavará nossas culpas longevas,
E, um dia, subirás da humilhação nas trevas
Para a glória da luz na concha dos meus braços.

Epiphanio Leite


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