sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Cristo é a personificação suprema do curador.

Espanta-se algumas vezes, com uma aparência de razão, de encontramos indivíduos indignos faculdades notáveis desenvolvidas, e que pareceriam dever ser, de preferência, o quinhão dos homens virtuosos e desprovidos de preconceitos; e, no entanto, a história dos séculos passados apresenta, quase em cada página, exemplos de mediunidades notáveis possuídas por Espíritos inferiores e impuros, por fanáticos sem razão! Qual pode ser o motivo de uma tal anomalia? No entanto, não há nada lá que possa espantar, e um estudo um pouco sério e refletido do problema dele dará a chave.Quando fenômenos salientes, pertencentes à ordem extra corpórea, são produzidos, o que acontece com efeito? - É que individualidades encarnadas servem de órgãos de transmissão à manifestação. Elas são os instrumentos movidos por uma vontade exterior. Ora, perguntar-se-ia a um simples instrumento o que lhe exigiria o artista que o põe em vibração?.... Se é evidente que um bom piano é preferível àquele que estivesse defeituoso, não o é menos que se o distinguira, no outro, o toque do artista daquele do escolar.
- Se, pois, o Espírito que intervém na cura encontram um bom instrumento, dele se servirá de boa vontade; senão, empregará aquele que se lhe oferecer, por defeituoso que seja. É preciso também considerar que, no exercício da faculdade medianímica, e em particular no exercício da mediunidade curadora, podem se apresentar dois casos muito distintos: ou o médium pode ser curador por sua própria autoridade, ou pode não ser senão o agente mais ou menos passivo de um motor extra corpóreo. No primeiro caso, ele não poderá agir senão se suas virtudes e sua força moral lhe permitirem. Ele será um exemplo em sua conduta privada ou pública, um modelo, um missionário vindo para servir de guia ou de sinal de união aos homens de boa vontade. O Cristo é a personificação suprema do curador. Quanto àquele que não é senão médium, sendo instrumento, ele pode ser mais ou menos defeituoso, e os atos que se operam por seu intermédio não o impedem, de nenhum modo, de ser imperfeito, egoísta, orgulhoso ou fanático. Membro da grande família humana, ao mesmo título que a generalidade, ele participa em todas as suas fraquezas. Lembrai-vos destas palavras de Jesus: "Não são aqueles que passam bem que têm necessidade de médico."
É preciso, pois, ver uma marca de bondade da Providência nessas faculdades que se desenvolvem nos meios e nas pessoas imperfeitas; é um meio de lhes dar a fé que os conduzirá, cedo ou tarde, ao bem; se não for hoje, isso será amanhã; são sementes que não estão perdidas, porque, vós, Espíritas, sabeis que nada se perde para o Espírito. Se não é raro encontrar, nas naturezas mais rudes, moral e fisicamente, faculdades transcendentais, isto prendes-se igualmente a que essas individualidades, não tendo senão pouco ou nada de vontade pessoal, se limitam a deixar agir a influência que os dirige. Poder-se-ia dizer que operam de instinto, ao passo que uma inteligência mais desenvolvida, querendo se dar conta da causa que a põe em movimento, às vezes, coloca-se em condições que não permitiriam um cumprimento tão fácil dos desígnios providenciais.
Por estranhos e inexplicáveis que sejam os efeitos que se produzem sob vossos olhos, estudai-os atentamente antes de considerá-los um só como uma infração às leis eternas do Senhor supremo! Não há um deles que não afirme sua existência, sua justiça e sua sabedoria eternas, e, se a aparência diz o contrário, crede que não é senão uma aparência que desaparecerá para dar lugar à realidade, com estudo mais aprofundado das leis conhecidas e o conhecimento daquelas cuja descoberta está reservada ao futuro.



CLÉLIE DUPLANTIER.
(Sociedade de Paris, 23 de fevereiro de 1867, méd. Sr. Desliens.)
Frederico Menezes (foto), incansável Obreiro do Senhor, palestrante, médium e expositor espírita, quando abordava tema espírita na cidade de Sousa - PB.

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