segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O Reverso – Joanna de Ângelis por Divaldo Franco


Jesus e Reino
 
Cada verso do sermão da montanha é um hino completo de exaltação a quem se entrega a Deus e nEle confia.
 
A emotividade de Jesus desatou o poema das bem-aventuranças, endereçando aos tempos do futuro as regras de ouro para a aquisição da felicidade perfeita.
 
A síntese extraordinária chegou aos ouvidos da Humanidade como sendo o mais completo discurso de esperança de que se tem notícia.
 
Toda uma eloquente dissertação, representativa das mais amplas aspirações humanas, ali se encontra exarada.
 
Todos quantos passaram sob o judô da discriminação arbitrária, sofrendo as chuvas de sarcasmos e desaires, encontram na poesia lírica do Mestre o coroamento das suas lutas, se souberem conduzir os fardos das provações que lhes pesam sobre os sentimentos.
 
Bem-aventurados são os mansos e os pacíficos, que atravessam o campo de batalha sem revidar aos golpes da violência.
 
Bem-aventurados os pobres de espírito, que sabem reconhecer a condição redentora em que se encontram e não disputam as vãs posições do jogo perigoso da alucinação terrena.
 
Bem-aventurados os que se humilham por amor e submissão às leis, sem permitir-se a indignidade nem a vulgarização moral às circunstâncias em que se encontram.
 
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, não se rebelando ante as condições ignominiosas que lhes são impostas no trânsito carnal.
 
Bem-aventurados os simples que se contentam com o ar, a paz e o pão da vida, sem os caprichos das ilusões passageiras que ocultam a realidade e não mudam o panorama íntimo.
 
Bem-aventurados os puros de intenções, que não têm maldades, nem desconfianças, e caminham com entrega total a Deus, fiéis para sempre.
 
São bem-aventurados os que choram sem reclamação, os que sofrem sem rebeldia…
 
Cada verso é um símbolo da vitória do bem no sofrimento e do triunfo da luz na treva da ignorância.
Assim o disse Jesus.
 
Há, porém, o reverso, o que ficou subentendido e não foi enunciado.
 
O reverso é a aflição demorada que carpirão os orgulhosos e os prepotentes ao darem-se conta da realidade, passada a rápida aventura do corpo físico; o desencanto e a amargura que assaltarão aqueles que se utilizaram das leis, do poder e das circunstâncias para uso pessoal, enquanto as necessidades e a sujeição os observam ansiosas, carentes; indescritíveis serão o despertar das consciências e o compreender da razão, por parte daqueles que viviam na fartura, saturados pelo prazer e insatisfeitos diante dos excessos…
 
O Senhor jamais condenava, não se atribuindo qualidades de juiz, das vidas, embora sendo o Educador e Magistrado por excelência, mantendo sempre uma posição de superior bondade, na qual se encontram a sabedoria e a misericórdia.
 
No entanto, aqueles que não estão catalogados no sermão da montanha, são o reverso doloroso da carta magna que Ele endereçou à Humanidade.
 
Observa com cuidado de que lado te situas ante a canção das bem-aventuranças; se estás no verso de luz e paz ou no reverso de sombra e dor.
 
(Do livro “Viver e Amar”, Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco)
FONTE: livroespirita.net

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