MISSÃO DO HOMEM INTELIGENTE NA TERRA
Ferdinando, Espírito Protetor - Bordeaux, 1862.
13 Não vos orgulheis do que sabeis, pois
esse saber tem limites bem estreitos no mundo que habitais. Mesmo supondo que
sejais uma das intelectualidades na Terra, não tendes nenhum direito de vos
envaidecer por isso. Se Deus vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver
vossa inteligência, foi porque Ele quis que fizésseis uso dela para o bem de
todos. Esta é uma missão que Ele vos dá, ao colocar em vossas mãos o instrumento
com a ajuda do qual podereis desenvolver, a vosso modo, as inteligências mais
atrasadas e conduzi-las a Deus. A natureza do instrumento não indica o uso que
dele se deve fazer? A enxada que o jardineiro coloca nas mãos de seu aprendiz
não lhe mostra que ele deve cavar? E que diríeis se esse aprendiz, ao invés de
trabalhar, levantasse sua enxada para atingir o seu mestre? Diríeis que é
horrível e que ele merece ser expulso. Pois bem, assim ocorre com aquele que se
serve de sua inteligência para destruir a idéia de Deus e da Providência entre
seus irmãos. Ele ergue contra seu mestre a enxada que lhe foi dada para limpar
o terreno. Terá assim direito ao salário prometido, ou merece, ao contrário,
ser expulso do jardim? Ele o será, não há dúvida, e carregará consigo
existências miseráveis e repletas de humilhações até que se curve diante
d’Aquele a quem tudo deve.
A inteligência é rica de méritos para o futuro, desde que bem empregada.
Se todos os homens talentosos dela se servissem conforme a vontade de Deus, a
tarefa dos Espíritos seria fácil, para fazer a Humanidade avançar.
Infelizmente, muitos fazem dela um instrumento de orgulho e de perdição para
eles próprios. O homem abusa de sua inteligência como de todas as suas outras
capacidades e, entretanto, não lhe faltam lições para adverti-lo de que uma
poderosa mão pode lhe retirar aquilo que lhe deu.
EXTRAÍDO
DO LIVRO “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”
CAPÍTULO
7 - BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO
ALLAN
KARDEC
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