DIANTE DA TERRA
Teríamos sido, porventura, situados na gleba do mundo para
fugir de colaborar no progresso do mundo, quando o mundo nos provê com todas as
possibilidades necessárias ao progresso de nós mesmos?
* * *
Muitos companheiros se
marginalizam em descanso indébito, junto à seara, alegando que não suportam os
chamados problemas intermináveis do mundo; desejariam a estabilidade e a
harmonia por fora, a fim de se mostrarem satisfeitos na Terra, quando a
harmonia e a estabilidade devem morar por dentro de nós, de modo a que nossos
encargos, à frente do próximo, se façam corretamente cumpridos.
* * *
O mundo, em todo tempo, é uma
casa em reforma, com a lei da mudança a lhe presidir todos os movimentos,
através de metamorfoses e dificuldades educativas.
* * *
O progresso é um caminho que
avança. Daí, o imperativo de contarmos com oposições e obstáculos toda vez que
nos engajemos na edificação da felicidade geral.
Omissão, no entanto, é parada
significando recuo.
Entendamo-nos na posição de
obreiros, sob a pressão de crises renovadoras.
* * *
Todos faceamos permanente renovação, a cada passo da vida.
Nem tudo que tínhamos ontem por
certo, nos quadros exteriores da experiência, continua como sendo certo nas
horas de hoje. Os ideais e objetivos prosseguem os mesmos, a nos definirem
aspiração e trabalho; entretanto, modificaram-se instrumentos e condições,
estruturas e circunstâncias.
* * *
A Terra, porém, nos pede
cooperação no levantamento do bem de todos e a ordem não é deserção e sim
adaptação. Em suma, estamos chamados à vivência no mundo, a fim de
compreendermos e melhorarmos a vida em nós e em torno de nós, servindo ao
mundo, sem deixarmos de ser nós mesmos, e buscando a frente, mas sem perder o
passo de nossos contemporâneos, para que não venhamos a correr o risco de
seguir para frente demais.
Emmanuel
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