Além da Carne
Emmanuel
Depois da
morte do corpo:
A frase amiga
que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico
de nossa felicidade.
A opinião
caridosa que formulamos acerca dos outros, converter-se-á em recurso de benignidade
da Justiça Divina, no exame dos nossos erros.
O pensamento
de fraternidade e compreensão com que nos recordamos do próximo
transformar-se-á em fator de nosso equilíbrio.
O gesto de
auxílio aos irmãos do nosso caminho oferecer-nos-á sublime colheita de alegria.
Mas,
igualmente, além túmulo:
A maledicência
de nossa alma e de nossa boca será tremendo espinheiro a provocar-nos dilacerações
e feridas.
A nossa
indiferença para com as amarguras do próximo aparecerá por desolada geleira à
frente dos nossos passos.
A nossa
preguiça surgirá como sendo terrível gerador de miséria.
A nossa
crueldade exibirá, na tela de nossas consciências a constante repetição dos
quadros deploráveis de nossos delitos e de nossas vítimas, compelindo-nos à
aflitiva demora em escuras paisagens purgatoriais.
A morte é o
retrato da vida.
A verdade
revelará a chapa do teu próprio destino as imagens que estiveres criando,
sustentando e movimentando, no campo da existência.
Se desejas,
assim, a ventura e a tranqüilidade, além das fronteiras de cinza do sepulcro,
semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher nas sendas
da ascensão eterna.
Hoje-plantação,
segundo a nossa vontade.
Amanhã –
seara, conforme a lei.
Se agora
cultivarmos a sombra, decerto, encontraremos, depois a resposta das trevas. Se
porém, semeamos o amor e a simpatia, onde nos encontramos, indiscutivelmente,
mais tarde, penetraremos, ditosos, a beleza divina da Imortalidade Vitoriosa.
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