DENTRE OS OBREIROS
Dos obreiros que se te fizeram
colaboradores e amigos, no campo do bem, conhecerás muitos deles na condição de
representantes de faixas diversas da evolução humana: aqueles que começam
entusiasticamente, na trilha da obra, lançando arrojados planos de ação, e
abandonam o apostolado nos alicerces, com receio do sacrifício;
os que chegam otimistas, louvando
as perspectivas do trabalho, e deixam a tarefa, assim que lhe observam a
complexidade e a extensão;
os que recolheram benefícios da
seara e regressaram a ela, prometendo auxílio e reconhecimento, mas largam-na,
às vezes de improviso, tão logo se vejam chamados a aprender quanto custa o
esforço da sementeira;
os que formulam projetos
avançados de renovação, sob o pretexto de se atender ao progresso, e retiram-se
quando observam quanto suor e quanta distância existem sempre entre a teoria e
a realização;
os que supõem na gleba um filão
de recursos fáceis e fogem dela logo que tomam pessoalmente o peso da charrua
de obrigações que lhes compete movimentar.
Entretanto, ao lado desses
cooperadores, sem dúvida respeitáveis, mas ainda inabilitados para os
compromissos de longa duração, encontrarás aqueles outros, os que conhecem a
importância da paz de espírito e não se arredam da empreitada que lhes coube,
prosseguindo no desempenho dos deveres que abraçaram, ainda mesmo quando isso
lhes custe o pão amassado com lágrimas, nos testemunhos de fé e abnegação, dia
por dia.
Forma entre esses que se mostram
decididos a pagar o preço da própria ascensão e reconhecerás para logo que o
obreiro digno do salário da felicidade e da paz, nos erários da vida eterna,
será sempre aquele que caminha para a frente com a obra no pensamento e no
coração, a pleno esquecimento de si mesmo, trabalhando e servindo, compreendendo
e auxiliando, amando e construindo, a serviço do bem de todos, até o fim.
Emmanuel
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