Ajuda, meu filho
Não passes distraído, diante da dor.
Nesses semblantes que o sofrimento descoloriu e nessas vozes fatigadas
em que a tortura plasmou a escala de todos os gemidos, Jesus, o nosso Mestre
Crucificado, continua incompreendido e esfalecente.
Nessas longas multidões de aflitos e infortunados, encontrarás a nossa
própria família.
Quantos deles albergaram esperanças iguais àquelas que nos alimentam os
sonhos, sem qualquer oportunidade de realização? quantos tentaram atingir a
presença da luz, incapazes de vencer a opressão das trevas?
Essas crianças caídas no berço da angústia, esses enrugados velhinhos
sem ninguém, essas criaturas que a ignorância e a provação mergulharam no poço
da enfermidade ou no espinheiro do crime, são nossos irmãos, à frente do Eterno
Pai.
Estende-lhes tua alma na dádiva que possas oferecer, guardando a
certeza de que amanhã, provavelmente, estarás também suspirando pelo bálsamo do
socorro na bênção de um pão ou na luz de uma prece amiga.
*
Recorda que as mãos hoje por ti libertadas dos grilhões do infortúnio,
podem ser aquelas que, amanhã, chegarão livres e luminosas, em teu auxílio.
Ao pé de cada coração desventurado, Jesus nos espera em silêncio.
Auxilia, meu filho e, na doce melodia do bem, ainda mesmo que
dificuldades e sombras te ameacem a luta, ouvirás, no imo do coração, a voz do
Divino Mestre a encorajar-te, paciente e amoroso: "Tem bom ânimo! Eu estou
aqui".
*
Dispõe-te a compreender, a fim de que possas auxiliar.
Compadece-te de teus pais, de teus filhos, de teus irmãos, de teus
amigos e adversários.
*
Os golpes sublimes da Vontade Superior sobre os nossos desejos serão
recursos do máximo proveito para o nosso próprio futuro.
Meimei
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