sexta-feira, 30 de novembro de 2018


O PASSÁRO DOURADO

Emmanuel

Conta-se que Ramsés II possuía enorme coleção de pássaros treinados para comunicação, aves semelhantes aos pombos-correio da atualidade.
Depois de algum tempo em que os mensageiros alados desempenhavam serviços de intercâmbio, com segurança e eficiência, a magnanimidade real deliberou honorificar seis deles, que se revelavam mais corajosos e fiéis.
Atendendo a isso, o grande Sesostris colocou a homenagem, entre os diversos números de festa popular.
A condecoração constaria de um leve revestimento de ouro para cada um.
No dia marcado, conquanto sob severa contenção, cinco dos pássaros em destaque escaparam céus afora.
Apenas um deles ficou retido nas mãos de alto funcionário, ante a real presença.
O faraó aproximou-se com carinho e borrifou-lhe o corpo, especialmente as asas, com finíssima poeira de ouro puro, sob os aplausos da multidão.
O pássaro condecorado, entretanto, embora liberto, permaneceu em vasta mesa do palácio, a contorcer-se, qual se quisesse desfazer-se do precioso brinde, sempre reverenciado por todos no entanto, nunca mais conseguiu voar.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018


SOCORRO OPORTUNO

Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e esmera-te em ofertar-lhe o esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita te favorece.

Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante doente da alma; entretanto, reflete nos outros, os que se encontram nas últimas trincheiras da resistência ao desequilíbrio espiritual.

Por um alienado que se candidata às terapias do manicômio, centenas de fronteiriços da obsessão renteiam contigo na experiência cotidiana. Desambientados num mundo que ainda não dispõe de recursos que lhes aliviem o íntimo atormentado, esperam por algo que lhes pacifiquem as energias, à maneira de viajores tresmalhados nas trevas, suspirando por um raio de luz. . . Marchavam resguardados na honestidade e viram-se lesados a golpes de crueldade, mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes e foram espancados pela injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de cometer; entregaram-se, tranquilos, a compromissos que supuseram inconspurcáveis e acabaram espezinhados nos sonhos mais puros; edificaram o lar, como sendo um caminho de elevação, e reconheceram-se, dentro dele, à feição de prisioneiros sem esperança; criaram filhos, investindo em casa toda a sua riqueza de ideal e ternura, na expectativa de encontrarem companheiros abençoados para a velhice, e acharam-se relegados a extremo abandono; saíram da juventude, plenos de aspirações renovadoras e toparam enfermidades que lhes atenazam a vida. . . E, com eles, os que se acusam desajustados, temos ainda os que vieram do berço em aflição e penúria, os que se emaranharam em labirintos de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem nas responsabilidades que esposaram e os que carregam no corpo dolorosas inibições. . .

Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação.

O ESPIRITISMO EM SUA VIDA

Reflita na importância do Espiritismo em sua encarnação. Confrontemo-lo com as circunstâncias diversas em que você despende a própria existência.
Corpo – Engenho vivo que você recebe com os tributos da hereditariedade fisiológica, em caráter de obrigatoriedade, para transitar no Planeta, por tempo variável, máquina essa que funciona tal qual o estado vibratório de sua mente.

Família – Grupo consanguíneo a que você forçosamente se vincula por remanescentes do pretérito ou imposições de afinidade com vistas ao burilamento pessoal.

Profissão – Quadro de atividades constrangendo-lhe as energias à repetição diária das mesmas obrigações de trabalho, expressando aprendizado compulsório, seja para recapitular experiências imperfeitas do passado ou para a aquisição de competência em demanda do futuro.

Provas – Lições retardadas que nós mesmos acumulamos no caminho, através de erros impensados ou conscientes em transatas reencarnações, e que somos compelidos a rememorar e reaprender.

Doenças – Problemas que carregamos conosco, criados por vícios de outras épocas ou abusos de agora, que a Lei nos impõe em favor de nosso equilíbrio.

Decepções – Cortes necessários em nossas fantasias, provocados por nossos excessos, aos quais ninguém pode fugir.

Inibições - Embaraços gerados pelo comportamento que adotávamos ontem e que hoje nos cabe suportar em esforço reeducativo.

Condição – Meio social merecido que nos facilita ou dificulta as realizações, conforme os débitos e créditos adquiridos.

Segundo é fácil de concluir, todas as situações da existência humana são deveres a que nos obrigamos sob impositivos de regeneração ou progresso. Mas a Doutrina Espírita é o primeiro sinal de que estamos entrando em libertação espiritual, à frente do Universo, habilitando-nos, pela compreensão da justiça e pelo serviço à Humanidade, a crescer e aprimorar-nos para Esferas Superiores.

Pense no valor do Espiritismo em sua vida. Ele é a sua verdadeira oportunidade de partilhar a imortalidade desde hoje.

Do livro Estude e Viva

quarta-feira, 28 de novembro de 2018


Orientações

O fato é autêntico e sabido, mas é justo registrá-lo, de nossa parte.
Alguns ministros da fé se reuniram, a fim de se entenderem quanto às melhores orientações na tradução do Evangelho de Jesus.
Um deles destacou antiga publicação da latinidade, outro se referiu a inspirado escritor de assuntos religiosos, e ainda outros salientaram os tradutores que se lhes faziam favoritos.
Um deles, porém, que se mantinha em silêncio, foi chamado a opinar.
A melhor tradução do Evangelho que conheço - disse ele - é a de minha mãe.
Não sabíamos que sua genitora se dedicava às letras sagradas - falou um dos maiorais. Onde o livro dela para que possamos fazer a aquisição.
O interpelado respondeu, com simplicidade:
Minha mãe nada escreveu. Ela traduziu as lições de Jesus para nós, o seus filhos, em atos de amor e sacrifício, com tanta grandeza de humildade e trabalho que não será nos possível esquecer-lhe o devotamento. Nesse ponto das apreciações gerais, a reunião foi encerrada.


Emmanuel

terça-feira, 27 de novembro de 2018


Em Nome do Evangelho

Reunindo-se aos discípulos, empreendeu Jesus a renovação do mundo.
Congregando-se com cegos e paralíticos, restituiu-lhes a visão e o movimento.
Misturando-se com a turba extenuada, multiplicou os Paes para que lhe não faltasse alimento.
Ombreando-se com os pobres e os simples, revelou-lhes as Bem aventuranças Celestes.
Banqueteando-se com pecadores confessos, ensinou-lhes o retorno ao caminho de elevação.
Partilhando a fraternidade do cenáculo, preparou companheiros na direção dos testemunhos de fé.
Compelido a oferecer-se em espetáculo na cruz, junto à multidão, despediu-se da massa popular, abençoando e amando, perdoando e servindo.
Compreendendo a responsabilidade da grande assembléia de colaboradores do Espiritismo Brasileiro, formulamos votos ardentes para que orientem no Evangelho quaisquer princípios de unificação, em torno dos quais entrelaçam esperanças.
Cremos que a experiência cientifica e a discussão filosófica representam preparação e adubo no campo doutrinário, porque a semente viva do progresso real, com o aperfeiçoamento do homem interior, permanece nos alicerces divinos da Nova Revelação.
Cultivar o Espiritismo, sem esforço espiritualizante, é trocar noticias entre dois planos diferentes, sem significado substancial na redenção humana.
Lidar com assuntos do Céu, sem vasos adequados à recepção da essência celestial, é ameaçar a obra salvacionista.
Aceitar a verdade, sem o desejo de irradiá-la, através do propósito individual de serviço aos semelhantes, é vaguear sem rumo.
O laboratório é respeitável.
A academia é nobre.
O templo é santo.
A ciência convence.
A filosofia estuda.
A fé converte o homem ao Bem Infinito.
Cérebro rico, sem diretrizes santificantes, pode conduzir à discórdia.
Verbo primoroso, sem fundamentos de sublimação, não alivia, nem salva.
Sentimento educado e iluminado, contudo, melhora sempre.
Reunidos, desta forma, em grande conclave de fraternidade, que os irmãos do Brasil se compenetrem, cada vez mais, do espírito de serviço e renunciação, de solidariedade e bondade pura que Jesus nos legou.
O mundo conturbado pede, efetivamente, ação formadora. Conscientes, porém, de que se faz impraticável a redenção do todo, sem o burilamento das partes, unamo-nos no mesmo roteiro de amor, trabalho, auxilio, educação, solidariedade, valor e sacrifício que caracterizou a atitude do Cristo em comunhão com os homens, servindo e esperando o futuro, em Seu exemplo de abnegação, para que todos sejamos um, em sintonia sublime com os desígnios do Supremo Senhor.

(Mensagem recebida em Pedro Leopoldo, Minas, destinada aos irmãos do Primeiro Congresso Nacional Espírita de São Paulo)

Emmanuel

segunda-feira, 26 de novembro de 2018


Para onde caminha o espiritismo

Quem quer que haja meditado sobre o espiritismo e suas consequências e não o circunscreva à produção de alguns fenômenos terá compreendido que ele abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do infinito – Allan Kardec ( A gênese)

Segundo Antonio Cesar Perri de Carvalho, presidente da Federação Espírita Brasileira, há hoje no Brasil cerca de 14 mil instituições espíritas* . Imensa é, portanto, a responsabilidade dos brasileiros na condução do estudo e prática da doutrina, preservando-se seus postulados. E diante disso fica a dúvida: para onde caminhamos? Os centros espíritas se espalharam e como também não se pode medir o progresso da doutrina espírita simplesmente pelo número de centros ou de adeptos, mas pelo despertar das ideias espíritas no pensamento humano, é preciso lembrar o que disseram os espíritos sobre como se daria a consolidação do espiritismo. Ele passaria por três fases: a primeira fase, a da curiosidade, causada pelo interesse no fenômeno; a segunda, a do estudo, da filosofia; e a terceira, sua aplicação à reforma da Humanidade. Cabe-nos a reflexão, portanto, sobre o ponto em que nos encontramos.

O professor, filósofo e jornalista J. Herculano Pires inicia seu livro O centro espírita com uma afirmação que faz pensar. "Se os espíritas soubessem o que é o centro espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra". Isso em 1979. Herculano, há quase 40 anos, já citava vários fatos que retardavam o objetivo maior da Terceira Revelação. "A doutrina espírita não chegou ainda a ser conhecida pelos seus próprios adeptos em todo o mundo", disse. Lembrando o apóstolo Paulo, Herculano salientava que os espíritas estavam no momento exato em que precisavam "desmamar das cabras celestes para se alimentarem de alimentos sólidos" e os que desejassem atualizar a doutrina deveriam antes cuidar de se atualizarem nela. Hoje não é diferente e vale comentar aqui também outro ponto importante, que é o processo da própria comunicação das ideias, condição imprescindível para qualquer trabalho de divulgação. No conceito de comunicação, há elementos fundamentais: o emissor, o receptor, o canal, a linguagem, a mensagem... e o ruído. Como naquela brincadeira, em que alguém cochicha no ouvido do outro uma mensagem a ser passada adiante para várias pessoas, chegando ao final destorcida, também a propagação do espiritismo corre o risco de se ver atropelada pelos ruídos da comunicação, mal-entendidos, invenções e alterações dos homens. Alguns, sem querer, por ingenuidade e falta de conhecimento, e outros, propositadamente, por interesses diversos. Daí a imensa responsabilidade dos centros espíritas. Assim como na brincadeira citada, a originalidade da revelação espírita será preservada se houver a preocupação de se guardar a fonte. E essa fonte é a própria codificação, que contou com uma grande equipe espiritual, tendo o trabalho hercúleo de Allan Kardec para a sistematização das verdades reveladas e observadas de forma lógica e metódica, o que permitiu à doutrina um caráter científico, através das suas cinco obras básicas: O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O céu e o inferno, O evangelho segundo o espiritismo e A gênese.

Eliana Haddad

domingo, 25 de novembro de 2018


Conquistando a paz

Existem tribulações e tribulações.
Para extinguir aquelas que conturbam a vida, comecemos a cooperar na construção da paz onde estivermos.
Necessitamos, porém, conhecer as farpas que entretecem as inquietações que nos predispõem ao desequilíbrio e ao sofrimento.
Vejamos algumas:
a queixa contra alguém;
a reclamação agressiva;
o palavrão desatado pela cólera;
a resposta infeliz;
a frase de sarcasmo;
o conceito depreciativo;
o apontamento malicioso;
o gesto de azedume;
a crítica destrutiva;
o grito de desespero;
o pensamento de ódio;
a lamentação do ressentimento;
a atitude violenta;
o riso escarninho;
a fala da irritação;
o cochicho do boato;
o minuto de impaciência;
o parecer injusto;
a pancada verbal da condenação.
*
Cada espinho invisível a que nos reportamos é comparável à chispa capaz de atear o incêndio da discórdia.
E ganhar a discórdia não aproveita a pessoa alguma.
*
Tanto quanto possível, aceitemos as tribulações que a vida nos reserve e saibamos usar o amor e a tolerância, a paciência e o espírito de serviço para que estejamos realmente conquistando os valores e bênçãos da paz.
*


Não esperes que o próximo te solicite cooperação. Colabora voluntariamente, na certeza de que estarás realizando valiosas sementeiras de trabalho e de amor, na construção do futuro melhor.

Emmanuel

sábado, 24 de novembro de 2018


A crise acontece


É um momento infalível na existência de cada um.

A pessoa, bastas vezes, se acredita realizada, por haver concretizado aspirações que lhe pareciam demasiado altas, entretanto, o teste espiritual de confiança aparece de improviso.

É o parente que fraquejou em obrigações assumidas, comprometendo a tranqüilidade de todo o grupo familiar; a moléstia com gravidade imprevista; o afastamento de afeições das mais queridas ou a desencarnação de um ente amado...

Nessas ocorrências, surge o momento de exame em que as nossas aquisições da vida íntima se fazem avaliadas.

Diante desses testemunhos, alguns companheiros se desmandam na revolta ou se acomodam com a rebeldia, fugindo habitualmente para aventuras infelizes, adquirindo débitos de resgate difícil.
Outros, porém, usam a coragem e a serenidade e aceitam as tribulações que os procuram, nelas reconhecendo valiosos fatores que os impelem à própria renovação.
*
Quando te encontrares assim, numa hora grave e áspera, em que todas as vantagens que adquiriste no tempo te parecerem arrastar para o sofrimento, não desesperes, nem desanimes.

Confia em Deus e segue para diante.
*
Se reconheces a força do amparo mútuo, auxilia aos companheiros em provação, tanto quanto puderes, a fim de que o apoio alheio não te esqueça no dia de tuas próprias dificuldades.

Ainda que os amigos de outro tempo não te reconheçam em teus dias de inquietação, Deus te vê, provendo-te de recursos, segundo as tuas necessidades.
*
Na atualidade terrestre, o homem se previne contra a carência de valores alimentícios, estocando gêneros de primeira utilidade; defende as estradas, afastando o risco de acidentes ou promove a vacinação, frustrando o surto de epidemias. Pensando nisso, entendamos o imperativo de exercitarmos fortaleza e compreensão, paciência e solidariedade, porque, de modo geral, em todas as existências do mundo, surge o dia em que a crise acontece.
*
Usa a paciência e a tolerância.

Vive a própria vida e deixa que os outros vivam a existência que o Céu lhes concedeu.

Emmanuel

sexta-feira, 23 de novembro de 2018


Médium e Doutrina

Imperioso separar o médium da doutrina Espírita, como não se deve confundir a ciência com o cientista.

A ciência é um tesouro intangível de conhecimento superior.

O cientista é o veículo que a expressa.

A ciência, como patrimônio espiritual, jamais se deteriora, mas, o cientista na condição de instrumento humano pode falhar, conquanto, muitas vezes, se recupere.

Comparemos, ainda, a Nova Revelação e a peça medianímica à usina e à lâmpada.

A lâmpada, em muitas circunstâncias, experimenta o colapso dos próprios implementos, deixando-nos na sombra, entretanto, a usina permanece incólume, pronta ao fornecimento da energia necessária à sustentação da luz em lâmpadas outras que se lhe ajustem às correntes de força.

Ainda na condição de lâmpada, o médium está sujeito à interpretação individual de que se faça objeto, assim como a luz da lâmpada obedece à coloração que lhe seja própria.

A usina está construída sobre princípios matematicamente exatos, contudo, as lâmpadas diferenciadas entre si, consumindo, às vezes, quotas iguais de força, emitirão luz verde, azul, vermelha ou amarela, segundo os materiais que lhe filtrem os raios.

Razoável, assim, que se nos compete gratidão e respeito para com o cérebro mediúnico de que nos servimos, isso não é razão para que nos servimos, isso não é razão para que nos eximamos do dever de estudar os princípios doutrinários para discernir com eficiência.

Ainda aqui, é justo considerar que é imprescindível ajudar as lâmpadas para que as lâmpadas nos ajudem. Cada uma delas, ante a usina, se caracteriza por determinado potencial e solicita apoio na voltagem certa com o amparo de recursos essenciais.

Ninguém exija do médium prodígios que o médium não pode dar. E quando o médium sirva nobremente à verdade, que se lhe evite o clima de idolatria e bajulação.

Onde seja preciso elogiar a honestidade para que a honestidade funcione, a perturbação está prestes a sobrevir.

(De "No portal da Luz", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de Emmanuel)

quinta-feira, 22 de novembro de 2018


Na Leira Divina
Emmanuel

No templo do Evangelho, surgem obreiros de variada expressão...
Os oportunistas que se fazem negociantes.
Os ociosos que se fazem discutidores.
Os revoltados que se fazem azedos.
Os tristes que se fazem inoperantes.
Os maledicentes que se fazem inúteis.
Os orgulhosos que se fazem negativistas.
Os desanimados que se fazem estéreis.
Os rebeldes que se fazem doentes.
Os críticos que se fazem inquisidores.
Os vaidosos que se fazem ingratos.

Todavia, o Celeste Semeador, no santuário de sua bênção, conta com os servos infatigáveis do amor puro que, à distância da discórdia e da sombra, se consagram à construção da mente melhor para a Vida Melhor.

São esses os obreiros que não se fazem isso ou aquilo, mas que fazem a Vontade Divina, para que o Senhor se faça em todos, plasmando a verdadeira felicidade de cada um.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018


Mãos à Obra
Emmanuel

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”.
Paulo. (I Cor., 14:26).

A igreja de Corínto lutava com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe escreveu a observação aqui transcrita.

O conteúdo da carta apreciava diversos problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o versículo e aplicá-lo a certas situações dos novos agrupamentos cristãos, formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho.

Quase sempre notamos intensa preocupação nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação.

Alguns núcleos costumam paralisar atividades quando não dispõem de médiuns adestrados.

Por quê?

Médium algum solucionará, em definitivo, o problema fundamental da iluminação dos companheiros.

Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita a freqüência mecânica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos.

Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete. Ninguém alegue ausência de novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme decisão do aprendiz de boa vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se.

Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e de interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento indispensável.

terça-feira, 20 de novembro de 2018


Lutas na Equipe
Emmanuel

Qual ocorre na turma de escola, o atormentado momento da auscultação de valores chega sempre para a equipe de ação espiritual.

No estabelecimento de ensino, é o exame periódico das matérias professadas.

No grupo de realizações da alma é o tempo de provação a se definir por expressões diversas.

Perplexidade é desequilíbrio nos setores mais altos do ideal.

Laboriosa travessia de atoleiros do sentimento.

Verificação de pontos fracos.

Contagem de perdas e danos depois dos acidentes de natureza moral.

Chegada a ocasião perigosa, ouvem-se escapatórias apressadas:

- Não tenho culpa.

- Não é comigo.

- Estou fora.

- Nada sei.

A organização se converte para logo em viveiro de farpas magnéticas, conturbando e ferindo os próprios componentes.

Entretanto, é preciso contar com isso.

Construção exige marteladas.

Aprendizado pede demonstrações.

Obstáculo é o metro da resistência.

Tribulação é cadinho da fé.

Nem azedume, nem irritação.

No instante do testemunho, saibamos simplesmente reparar o caminho estragado e seguir adiante.

Hora de mais luz é também hora de mais trabalho para que a paz se estabeleça.

Imunizemos o grupo contra a perturbação, acusando a nós mesmos, acentuando a nossa responsabilidade e aprendendo com o fracasso.

Somos ainda no mundo Espíritos imperfeitos e, sem a dificuldade, de nenhum modo conseguiríamos segurança e auto superação.

Convençamo-nos de que a crise é a mestra da experiência e sem experiência, em qualquer empresa edificante da Terra, é impossível melhorar e compreender, servir e perseverar.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018


Na Tarefa de Equipe
André Luiz

Meu amigo:
Não tema, nem receie.
O timoneiro do barco é o Senhor. Coloquemos sobre o leme as nossas mãos e esperemos, nele.
O trabalho é delicado na administração, mas se a glória humana pertence àqueles que a procuram, a humildade divina é dos corações que a buscam.
Despreocupados do império do “eu”, alcançaremos o Reino de Deus.
O discípulo fiel não pede, nem rejeita. Aceita as determinações do Senhor, com deliberação ardente de obedecer para maior exaltação de quem tudo nos deu.
Continuemos, assim, de esperanças entrelaçadas.
O amor do amigo verdadeiro desce abaixo das raízes ou se eleva acima das estrelas. Por isso, o Mestre chamou “amigo” aos aprendizes da hora primeira.
Nossa união tem imperativos a que não poderemos fugir. Subiremos com a graça celeste. Não descansaremos, até que todos respirem no cimo do monte.
O cascalho do personalismo excessivo ainda é o grande impedimento da jornada. Demora-se nas bases da senda e por isso mesmo nos dilacera. Contudo, ainda que nossos pés sangrem na estrada, recordar-nos-emos de que Jesus lavou os pés dos discípulos e purificou-os.
Haja mais amor nos corações para que o rio das dádivas transite no santuário, sem prejuízo do bem coletivo. Até mesmo para receber a felicidade é preciso preparação. Sem vaso adequado, os bens do Alto se contaminam com as perturbações do campo inferior, qual acontece à gota diamantina que se converte em lama quando cai na poeira da Terra.
Grande é a missão do templo do bem; e os irmãos que oficiam em seus altares não lhe podem esquecer as finalidades sublimes.
“Muito se pedirá àquele que muito recebeu”.
E o nosso grupo não se constitui ao acaso.
Trabalhemos servindo ao bem, com esquecimento de todo mal.
Atendamos, ainda e sempre, aos nossos deveres do primeiro instante, com lágrimas de alegria. Não nos arrependeremos de haver renunciado. E possuiremos conosco, mais tarde, o supremo júbilo de reconhecer quão doce é o jugo do Senhor, porquanto, em companhia d´Ele, muito leve e sublime é o peso de nossos pequeninos trabalhos na Causa da Humanidade.


domingo, 18 de novembro de 2018


Concentração Mental
André Luiz

Amigos, muito se fala em concentração mental.
Círculos de fé concentram-se em apelos intempestivos ao Cristo.
Concentram-se companheiros de ideal com impecável silêncio exterior, sustentando inadequado alarido interno.
No entanto, é forçoso indagar de nós mesmos que recursos estaremos reunindo.
Simplesmente palavras ou simplesmente súplicas?
Sabemos que o justo requerimento deve apoiar-se no direito justo.
Situando a cabeça entre as mãos, é imprescindível não esquecer que nos cabe centralizar em semelhante atitude os resultados de nossa vida cotidiana, os pequeninos prêmios adquiridos na regeneração de nós mesmos e as vibrações que estamos espalhando ao longo de nosso caminho.
É por isso que oferecemos, despretensiosamente, aos companheiros alguns lembretes, que consideramos de importância na garantia de nossa concentração espiritual.
1º – Não olvide, fora do santuário de sua fé, o concurso respeitável que compete a você dentro dele.
2º – Preserve seus ouvidos contra as tubas da calúnia ou da maledicência, sabendo que você deve escutar par a construção do bem.
3º – Não empreste seu verbo a palavras indignas, a fim de que as sugestões da Esfera Superior lhe encontre a boca limpa.
4º – Não ceda seus olhos à fixação das faltas alheias, entendendo que você foi chamado a ver para auxiliar.
5º – Cumpra o seu dever cada dia, por mais desagradável ou constrangedor lhe pareça, reconhecendo que a educação não surge sem disciplina.
6º – Aprenda a encontrar tempo para conviver com os bons livros, melhorando os próprios conhecimentos.
7º – Não se entregue à cólera ou ao desânimo, à leviandade ou aos desejos infelizes, para que a sua alma não se converta numa nota desafinada no conjunto harmonioso da oração.
8º – Caminhe no clima do otimismo e da boa vontade para com todos.
9º – Não dependure sua imaginação no cinzento cabide da queixa e nem mentalize o mal de ninguém.
10º – Cultive o auxílio constante e desinteressado aos outros, porque, no esquecimento do próprio “eu”, você poderá então concentrar as suas energias mentais na prece, de vez que, desse modo, o seu pensamento erguer-se-á, vitorioso, para servir em nome de Deus.

sábado, 17 de novembro de 2018


O Espírita na Equipe
Emmanuel

Numerosos companheiros estarão convencidos de que integrar uma equipe de ação espírita se resume em presenciar os atos rotineiros da instituição a que se vinculam e resgatar singelas obrigações de feição econômica. Mas não é assim. O espírita, no conjunto de realizações espíritas, é uma engrenagem inteligente com o dever de funcionar em sintonia com os elevados objetivos da máquina.
Um templo espírita não é simples construção de natureza material.
É um ponto do Planeta onde a fé raciocinada estuda as leis universais, mormente no que se reporta à consciência e à justiça, à edificação do destino e à imortalidade do ser.
Lar de esclarecimento e consolo, renovação e solidariedade, em cujo equilíbrio cada coração que lhe compõe a estrutura moral se assemelha a peça viva de amor na sustentação da obra em si.
Não bastará freqüentar-lhe as reuniões.
É preciso auscultar as necessidades dessas mesmas reuniões, oferecendo-lhes solução.
Respeitar a orientação da casa, mas também contribuir, de maneira espontânea, com os dirigentes, na extinção de censuras e rixas, perturbações e dificuldades, tanto quanto possível no nascedouro, a fim de que não se convertam em motivos de escândalo.
Falar e ouvir construtivamente.
Efetuar tarefas consideradas pequeninas, como sejam: sossegar uma criança, amparar um doente, remover um perigo ou fornecer uma explicação, sem que, para isso, haja necessidade de pedidos diretos. Sobretudo, na organização espírita, o espírita é chamado a colaborar na harmonia comum, silenciando melindres e apagando ressentimentos, estimulando o bem e esquecendo omissões no terreno da exigência individual.
Todos nós, encarnados e desencarnados, comparecemos no templo espírita no intuito de receber o concurso dos Mensageiros do Senhor; no entanto, os Mensageiros do Senhor esperam igualmente por nosso concurso, no amparo a outros, e a nossa cooperação com eles será sempre, acima de tudo, trabalhar e servir, auxiliar e compreender.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018


No Grupo Espírita
Emmanuel

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”.
Jesus (Mateus, 18:20).

Compreendendo-se que cada obreiro da seara espírita cristã se incube de tarefa específica, é forçoso indagar, de quando em quando, a nós mesmos, o que somos, no grupo de trabalho a que pertencemos:
Uma chave de solução nos obstáculos ou um elemento que os agrava?
Um companheiro assíduo às lições ou um assistente que, por desfastio, aparece de vez em vez?
Um amigo que compreende e ajuda ou um crítico inveterado que tudo complica ou desaprova?
Um bálsamo que restaura ou um cáustico que envenena?
Um enfermeiro consagrado ao bem da comunidade ou um doente que deva ser tolerado e tratado pelos demais?
Um manancial de auxílio ou uma charneca deserta sem benefícios para ninguém?
Um apoio nas boas obras ou uma brecha para a influência do mal?
Uma planta frutífera ou um parasito destruidor?
Um esteio da paz ou um veículo da discórdia?
Uma bênção ou um problema?
Façamos semelhante observação e verificaremos, sem dificuldade, se estamos simplesmente na Doutrina Espírita ou se a Doutrina Espírita já está claramente em nós.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018



Indagações a nós mesmos
Maria Dolores

Que seremos na casa de nossa fé, em companhia daqueles que comungam conosco o mesmo ideal e a mesma esperança?
Uma fonte cristalina ou um charco pestilento?
Um sorriso que ampara ou um soluço que desanima?
Uma abelha laboriosa ou um verme roedor?
Um raio de luz ou uma nuvem de preocupações?
Um ramo de flores ou um galho de espinhos?
Um manancial de bênçãos ou um poço de águas estagnadas?
Um amigo que compreende e perdoa ou um inquisidor que condena e destrói?
Um auxiliar devotado ou um espectador inoperante?
Um companheiro que estimula as particularidades elogiáveis do serviço ou um censor contumaz que somente repara imperfeições e defeitos?
Um pessimista inveterado ou um irmão da alegria?
Um cooperador sincero e abnegado ou um doente espiritual, entrevado no catre dos preconceitos humanos, que deva ser transportado em alheios ombros, à feição de problema insolúvel?

Indaguemos de nós mesmos, quanto à nossa atitude na comunidade a que nos ajustamos, e roguemos ao Senhor para que o vaso de nossa alma possa refletir-lhe a Divina Luz.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018


Conjunto
Emmanuel

“Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo...”.
Jesus – João, (17:24).

“Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! O arado está pronto; a terra espera; arai!”.
- Cap. XX, 40.

Num templo espírita-cristão, é razoável anotar que todo trabalho é ação de conjunto.
Cada companheiro é indicado à tarefa precisa; cada qual assume a feição de peça particular na engrenagem do serviço, sem cuja cooperação os mecanismos do bem não funcionam em harmonia.
Indispensável apagar-nos pelo brilho da obra.
Na aplicação da eletricidade, congregam-se implementos diversos, mas interessa, acima de tudo, a produção da força, e, no aproveitamento da força, a grande usina é um espetáculo de grandeza, mas não desenvolve todo o concurso de que é suscetível, sem a tomada simples.
Necessário, assim, saibamos reconhecer por nós mesmos o que seja essencial a fazer pelo rendimento digno da atividade geral.
Orientando ou colaborando, em determinadas ocasiões, a realização mais importante que se nos pede é o esclarecimento temperado de gentileza ou a indicação paciente e clara da verdade ao ânimo do obreiro menos acordado, na edificação espiritual. Noutros instantes, a obrigação mais valiosa que as circunstâncias nos solicitam é o entendimento com uma criança, a conversa fraternal com um doente, a limpeza de um móvel ou a condução de um fardo pequenino.
Imprescindível, porém, desempenhar semelhantes incumbências, sem derramar o ácido da queixa e sem azedar o sentimento na aversão sistemática. Irritar-se alguém, no exercício das boas obras, é o mesmo que rechear o pão com cinzas.
Administrar amparando e obedecer, efetuando o melhor!...
Em tudo, compreender que o modo mais eficiente de pedir é trabalhar e que o processo mais justo de recomendar é fazer, mas trabalhar e fazer, sem tristeza e sem revolta, entendendo que benfeitorias e providências são recursos preciosos para nós mesmos. Em todas as empresas do bem, somos complementos naturais uns dos outros. O Universo é sustentado na base da equipe. Uma constelação é família de sóis. Um átomo é agregado de partículas.
Nenhum de nós procure destaque injustificável.
Na direção ou na subalternidade, baste-nos o privilégio de cumprir o dever que a vida nos assinala, discernindo e elucidando, mas auxiliando e amando sempre. O coração, motor da vida orgânica, trabalha oculto e Deus, que é para nós o Anônimo Divino, palpita em cada ser, sem jamais individualizar-se na luz do bem.