sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Médiuns na Caatinga


Médium Casimiro (99).
 
Médiuns na Caatinga

Paulo de Tarso na História
Foi um médium com Jesus;
Lutou, sofreu e venceu,
Espalhando amor e luz.
Temos sempre muitos médiuns,
Honrando o apoio do Além,
Fiéis às bênçãos de Deus
Nos compromissos do Bem.


Mas hoje conheço uns tantos
Que começam de estourada,
Quando o trabalho aparece
Vão mudando de jogada.
Alguns alegam queixosos
Que necessitam viver,
Que a dor é grande no mundo
E nada podem fazer.


Muitos são iniciados
Em lindas obras humanas,
Mas dizem-se fatigados
Em três ou quatro semanas;
Outros muitos se declaram
Chamados à luz do amor,
Entretanto, não trabalham
Com medo de obsessor.


Há quem deseje ser médium,
Pedindo grande trabalho,
Depois foge parecendo
A flor que caiu do galho;
Muitos mostram na doença
Entendimento profundo,
Quando Deus lhes dá saúde
São pernas largas no mundo.


Alguns chegam prometendo
Auxílio a quem luta e chora,
Vendo o serviço aumentando,
Afastam-se dando o fora;
Vários suplicam encargos
Mostrando fé na alma afoita,
O trabalho vai surgindo
E é muita gente na moita.


Há quem foge no começo,
Planta que nasce e não vinga,
Depois, no instante das provas,
Buscam mandraca e mandinga;
Tantos médiuns aparecem,
Com tanta luz de esperança,
Vai-se ver: a maioria
Quer apenas maré mansa.


O mundo clama por médiuns,
Embora surjam às pencas,
Mas buscam sombra e água fresca
No refúgio das avencas;
Encontro médiuns amigos
Que dizem não ter mais fé,
Geralmente, estão na rede
Com mantas de lã no pé.


São médiuns de todo jeito
Os médiuns que tenho visto,
Mas médiuns só não dá zebra
Quando segue Jesus Cristo.
Cantador, filho do Norte,
Venho ao Rio de Janeiro,
Quem canta na Guanabara
Cantou no Brasil inteiro.

Leandro G. de Barros

Do livro Tempo de Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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