Mensagem do Além
Emmanuel
Irmã, que a
Paz do Senhor nos felicite os corações.
Mediunidade
com Jesus é serviço aos semelhantes.
Desenvolver
esse recurso é, sobretudo, aprender a servir.
Aqui, alguém
fala em nome dos espíritos desencarnados; ali, um companheiro aplica energias
curadoras; além, um cooperador ensina o roteiro da Verdade; acolá, outrem
enxuga as lágrimas do próximo, semeando consolações.
Contudo, é o
mesmo poder que opera em todos.
É a divina
inspiração do Cristo, dinamizada através de mil modos diferentes por reerguer-nos
da condição de inferioridade ou de sofrimento ao título de herdeiros do Eterno
Pai.
E nessa
movimentação bendita de socorro e esclarecimento, não se reclama o título
convencional do mundo, qualquer que seja, porque a mediunidade cristã, em si,
não colide com nenhuma posição social, constituindo fonte do Céu a derramar
benefícios na Terra, por intermédio dos corações de boa vontade.
Em razão
disso, antes de qualquer sondagem das forças psíquicas, no sentido de se lhes
apreciar o desdobramento, vale mais a consagração do trabalhador à caridade
legítima, em cujo exercício todas as realizações sublimes da alma podem ser
encontradas.
Quem desejar a
verdadeira felicidade, há de improvisar a felicidade dos outros; quem procure a
consolação, para encontrá-la, deverá reconfortar os mais desditosos da humana experiência.
Dar para
receber.
Auxiliar para
ser amparado.
Esclarecer
para conquistar a sabedoria e devotar-se ao bem do próximo para alcançar a
Divindade do Amor.
Eis a lei que
impera, igualmente, no campo mediúnico, sem cuja observação o colaborador da
Nova Revelação não atravessa os pórticos das rudimentares noções de Vida
Eterna.
Espírito algum
construirá a escada de ascensão sem atender as determinações do auxílio mútuo.
Nesse terreno,
portanto, há muito que fazer nos círculos da Doutrina Cristã rediviva, porque
não basta ser médium para honrar-se alguém com as bênção da luz, tanto quanto
não vale possuir charrua perfeita, sem a sua aplicação no esforço da
sementeira.
A tarefa pede
fortaleza no serviço com ternura no sentimento.
Sem um
raciocínio amadurecido para superar a desaprovação provisória da ignorância e
da incompreensão e sem as fibras harmoniosas do carinho fraterno para
socorrê-las, com espírito de solidariedade real, é quase impraticável a jornada
para a frente.
Os golpes da
sombra martelam o trabalho iluminativo da mente por todos os flancos e
imprescindível se torna, ao instrumento humano das Verdades Divinas, armar-se
convenientemente na fé viva e na boa vontade incessante, a fim de satisfazer
aos imperativos do ministério a que foi convocado.
Age, assim, com
isenção de ânimo, sem desalento e sem inquietação, em teu apostolado de curar.
Estende as
tuas mãos sobre os doentes que te busquem o concurso de irmã dos infortunados,
convicta de que o Senhor é o Manancial de todas as Bênçãos.
O lavrador
semeia, mas é a Bondade Divina que faz desabrochar a flor e preparar-se o
fruto. É indispensável marchar de alma erguida para o Alvo, vigiando, embora as
serpes e os espinhos que povoam o chão.
Diversos
amigos se revelam interessados em tua tarefa de fraternidade e luz e não seria
justo que a hesitação te paralisasse os impulsos mais nobres, tão somente
porque a opinião do mundo te não entende os propósitos, nem os objetivos da
Esfera Espiritual, de maneira imediata.
Não importa
que o templo seja humilde e que os mensageiros compareçam na túnica de extrema
simplicidade.
O Mestre
Divino ensinava a verdade à frente de um lago e costumava administrar os dons
celestiais sob um teto emprestado; além disso, encontrou os companheiros mais
abnegados e fiéis entre pescadores anônimos, integrados na vida singela da
natureza.
Não te
apoquentes, minha irmã, e segue com serenidade.
Claro está que
ainda não temos seguidores leais do Senhor sem a cruz do sacrifício.
A mediunidade
é um madeiro de espinhos dilacerantes, mas com o avanço da subida, calvário
acima, os acúleos se transformam em flores e os braços da cruz se convertem em
asas de luz para a alma livre na Eternidade.
Não desprezes
a tua oportunidade de servir e prossegue de esperança robusta.
A carne é uma
estrada breve.
Aproveitemo-la
sempre que possível na sublime sementeira da caridade perfeita.
Em suma, ser
médium no roteiro cristão é dar de si mesmo em nome do Divino Mestre.
E foi Ele que
nos descerrou a realidade de que somente alcançam a Vida Verdadeira aqueles que
sabem perder a existência em favor de todos os que se constituem seus tutelados
e filhos de Deus na Terra.
Segue, assim,
para diante, amando e servindo.
Não nos deve
preocupar a ausência de alheia compreensão.
Antes de
cogitar do problema de sermos amados, busquemos amar, conforme o Amigo Celeste
nos ensinou.
Que Ele nos
proteja, nos fortifique e abençoe.
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