Cegos
A sombra nos
olhos físicos pode ser angustiosa provação, mas, a cegueira real é aquela que
envolve o coração e a mente, na noite da rebeldia ou da ignorância.
É por isso que
encontramos, no mundo, cegos de todos os matizes...
Cegos
cristalizados na usura, que nada enxergam, além do pobre tesouro amoedado, em
que mergulham as mãos ávidas.
Cegos detidos
no egoísmo destruidor, que nada vêm senão os caprichos em que se movimentam.
Cegos
encarcerados no orgulho, supondo-se as únicas criaturas louváveis do Universo.
Cegos
algemados à viciação, em que apagam a luz da própria consciência.
Cegos
agrilhoados à preguiça, que somente enxergam as suas conveniências individuais,
invariavelmente dispostos a vampirizar os semelhantes, à custa de queixas e
lamentações.
Cegos atados à
tristeza nociva, que menosprezam a graça do sol e as riquezas da vida, sustentando-se
na imobilidade espiritual da revolta ou do desespero, olvidando que a vida é
trabalho e renovação.
Cegos
confiados ao abismo da descrença, que nada observam senão os espinhos de sarcasmo
e negação, que lhes vicejam no íntimo...
Para todos
esses cegos que cruzam diariamente nosso passos elevemos ao Alto as nossas
preces de auxílio, rogando ao Senhor nos mantenha acordados para as próprias
responsabilidades, com a suficiente visão para o desempenho dos nossos deveres,
ainda que esse despertamento nos visite, a cada hora, pela bênção edificante da
dificuldade ou da dor.
CONSTRUÇÃO DO AMOR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER EMMANUEL
Nenhum comentário:
Postar um comentário