O Evangelho no Coração
Quando o Evangelho vive
somente em nossa cabeça, sofremos o perigo de queda nas discussões infindáveis,
porque a intemperança mental e a vaidade sempre fazem a boa vizinhança.
Quando se localiza,
exclusivamente, em nossos olhos, é provável desçamos da luminosa posição de
companheiros para a condição de inquisidores e fiscais dos nossos melhores
amigos, porquanto, é sempre mais fácil descobrir os erros alheios que
surpreender os nossos.
Quando jaz situado
simplesmente em nossos ouvidos, somos suscetíveis de perder valiosas
sementeiras de fraternidade, de vez que a nossa vigilância imperfeita, sem
qualquer dificuldade, se converte em suspeita.
Quando palpita,
entretanto, em nosso coração, o Evangelho renova-nos a vida. Brilha dentro de
nós, por abençoada estrela de compreensão e misericórdia.
Seus raios divinos apagam
a malícia em nosso olhar, santificando-nos a audição e sublimando-nos os
impulsos, intenções e motivos; elevam nossos sentimentos para o Céu,
projetando-os simultaneamente na Terra, através de nossos braços, em obras
genuínas de amor, fraternidade e sabedoria.
Quando encontrarmos o
discípulo do Senhor, sem oportunidades de fixar as cicatrizes e defeitos do próximo,
sem horas para guardar os tóxicos da maledicência e sem ocasião para salientar
os males dos outros mantendo-se tranqüilamente no santo serviço da caridade e
da luz, a bem de todos, estejamos convencidos de que esse companheiro terá
colocado o Testamento Redentor, no imo do peito, vivendo entre os necessitados
e sofredores do caminho terrestre, na condição de abençoada lâmpada acesa que
sombra alguma alcançara.
Simplifiquemos...
Há ricos de ouro tão
inutilmente preocupados com os patrimônios que lhes não pertencem, como há
pobres flagelados sem proveito pela obsessão da necessidade.
EMMANUEL
PERANTE JESUS
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
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