PROSÉLITOS
Emmanuel
362 – Poderemos receber um novo
ensino sobre os deveres que competem aos espiritistas?
- Não devemos especificar os
deveres do espiritista cristão, porque palavra alguma poderá superar a
exemplificação do Cristo, que todo discípulo deve tomar como roteiro da sua
vida.
Que o espiritista, nas suas
atividades comuns, dispense o máximo de indulgência para com os seus
semelhantes, sem nenhuma para consigo mesmo, porque antes de cogitar da
iluminação dos outros, deverá buscar a iluminação de si mesmo, no cumprimento
de suas obrigações.
363 –Como se justifica a
existência de certas lutas antifraternas dentro dos grupos espiritistas?
-Os agrupamentos espiritistas
necessitam entender que o seu aparelhamento não pode ser análogo ao das
associações propriamente humanas.
Um grêmio espírita cristão deve
ter, mais que tudo, a característica familiar, onde o amor e a simplicidade
figurem na manifestação de todos os sentimentos.
Em uma entidade doutrinária,
quando surgem as dissensões e lutas internas, revelando partidarismos e
hostilidades, é sinal de ausência do Evangelho nos corações, demonstrando-se
pelo excesso de material humano e pressagiando o naufrágio das intenções mais
generosas.
Nesses núcleos de estudo, nenhuma
realização se fará sem fraternidade e humildade legítimas, sendo imprescindível
que todos os companheiros entre si, vigiem na boa-vontade e na sinceridade, a
fim de não transformarem a excelência do seu patrimônio espiritual numa
reprodução dos conventículos católicos, inutilizados pela intriga e pelo
fingimento.
364 – O espiritista para evoluir
na Doutrina necessita estudar e meditar por si mesmo, ou será suficiente
frequentar as organizações doutrinárias, esperando a palavra dos guias?
- É indispensável a cada um o
esforço próprio no estudo, meditação, cultivo e aplicação da Doutrina, em toda
a intimidade de sua vida.
A frequência às sessões ou o fato
de presenciar esse ou aquele fenômeno, aceitando-lhe a veracidade, não traduz
aquisição de conhecimentos.
Um guia espiritual pode ser um
bom amigo, mas nunca poderá desempenhar os vossos deveres próprios, nem vos
arrancar das provas e das experiências imprescindíveis à vossa iluminação.
Daí surge a necessidade de vos
preparardes individualmente, na Doutrina, para viverdes tais experiências com
dignidade espiritual, no instante oportuno.
365 – Como deveremos receber os
ataques da crítica?
- Os espiritistas devem receber a
crítica dos campos de opinião contrária, como máximo de serenidade moral,
reconhecendo-lhe a utilidade essencial.
Essas críticas se apresentam,
quase sempre, com finalidade preciosa, qual a de selecionar, naturalmente as
contribuições da propaganda doutrinária, afastando os elementos perturbadores e
confusos, e valorizando a cooperação legítima e sincera, porque todo ataque à
verdade pura serve apenas para destacar e exaltar essa mesma verdade.
366 – Como deverá agir o espírita
sincero, quando encontre perante certas extravagâncias doutrinárias?
- À luz da fraternidade pura,
jamais neguemos o concurso da boa palavra e da contribuição direta, sempre que
oportuno, em benefício do esclarecimento de todos, guardando, todavia, o
cuidado de nunca transigir com os verdadeiros princípios evangélicos, sem,
contudo ferir os sentimentos das pessoas. E se as pessoas perseverarem na
incompreensão, cuide cada trabalhador da sua tarefa, porque Jesus afirmou que o
trigo cresceria ao lado do joio, em sua seara santa, mas Ele, o Cultivador da
Verdade Divina, saberia escolher o bom grão na época da ceifa.
367 – É justo que, a propósito de
tudo, busque o espiritista tanger os assuntos do Espiritismo nas suas
conversações comuns?
- O crente sincero precisa compenetrar-se da
oportunidade, no tempo e no ambiente, com relação aos assuntos doutrinários,
porquanto, qualquer inconsideração nesse particular, pode conduzir a fanatismo
detestável, sem nenhum caráter construtivo.
De modo algum se deverá provocar
as manifestações mediúnicas, cuja legitimidade reside nas suas características
de espontaneidade, mesmo porque o programa espiritual das sessões está com os
mentores que as orientam do plano invisível, exigindo-se de cada estudioso a
mais elevada porcentagem de esforço próprio na aquisição do conhecimento,
porquanto o plano espiritual distribuirá sempre, de acordo com as necessidades
e os méritos de cada um. Forçar o fenômeno mediúnico é tisnar uma fonte de água
pura com a vasa das paixões egoísticas da Terra, ou com as suas injustificáveis
inquietações.
369 – É aconselhável a evocação
direta de determinados Espíritos?
- Não somos dos que aconselham a
evocação direta e pessoal, em caso algum.
Se essa evocação é passível de
êxito, sua exequilibilidade somente pode ser examinada no plano espiritual. Daí
a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no complexo dos fenômenos
espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral dos
aprendizes sinceros da Doutrina. O estudioso bem-intencionado, portanto, deve
pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a
esfera espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de
acordo com a necessidade de sua posição evolutiva e segundo o merecimento do
seu coração.
Podereis objetar que Allan Kardec
se interessou pela evocação direta, procedendo a realizações dessa natureza,
mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional do Codificador,
aliada a necessidade de méritos ainda distantes da esfera de atividade dos
aprendizes comuns.
370 – Seria lícito investigarmos,
com os Espíritos amigos, as nossas vidas passadas?
Essas revelações, quando ocorrem,
traduzem responsabilidade para os que as recebem? -Se estais submersos em
esquecimento temporário, esse olvido é indispensável à valorização de vossas
iniciativas. Não deveis provocar esse gênero de revelações, porquanto os amigos
espirituais conhecem melhores as vossas necessidades e poderão provê-las em
tempo oportuno, sem quebrar o preceito da espontaneidade exigida para esse fim.
O conhecimento do pretérito,
através das revelações ou das lembranças, chega sempre que a criatura se faz
credora de um benefício como esse, o qual se faz acompanhar, por sua vez, de
responsabilidades muito grandes no plano do conhecimento; tanto assim que, para
muitos, essas reminiscências costumam constituir um privilégio doloroso, no
ambiente das inquietações e ilusões da Terra.
371 – Devem ser intensificadas no
Espiritismo as sessões de fenômenos mediúnicos?
- São muito poucos ainda, os
núcleos espiritistas que se podem entregar à prática mediúnica com plena
consciência do serviço que têm em mãos; motivo por que é aconselhável a
intensificação das reuniões de leitura, meditação e comentário geral para as
ilações morais imprescindíveis no aparelhamento doutrinário, a fim de que
numerosos centros bem intencionados não venham a cair no desânimo ou na
incompreensão, por cauda de um prematuro comércio com as energias do plano
invisível.
Da Obra “O CONSOLADOR” –
Espírito: EMMANUEL – Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Nenhum comentário:
Postar um comentário