Nas Provas da
Senda
Emmanuel
A natureza,
por livro divino da Sabedoria Celeste, ensina, em toda parte, que a persistência
é o sinal luminoso da evolução.
O Sol não se
faz menos brilhante quando ilumina o vasto espelho do deserto sem água.
A flor não
esconde o perfume que lhe é próprio, porque surjam emanações pestilentas do
charco que foi situada.
A fonte não
cessa de correr porque o leito em que se movimenta se constitua de pedras.
A árvore não
recolhe os seus galhos porque os vermes considerados venenosos lhe venham sugar
os frutos.
As estrelas
fulguram no seio imenso da noite.
A catarata é a
força divina da Terra a despenhar-se no abismo.
O pântano
drenado é chão proveitoso.
Só o homem dá
curso ao desânimo e à desconfiança, ante os reservatórios inesgotáveis da
paciência e da bondade divina do Senhor. Só o homem duvida, dilacera-se, dorme
e recua, perdendo, por vezes, benditas oportunidades de elevação para os cimos
deslumbrantes da vida. E, na indisciplina e na intemperança, no desespero e na
negação a que se entrega, comumente procura fugir ao quadro de obrigações que
lhe cabem, mas, ainda que se projete aos confins do Universo, não encontrará
senão a si mesmo, com as suas realidades conscienciais, com o impositivo de
tudo recapitular e tudo recomeçar, para reaprender e refazer.
Assim, pois,
em nossas lutas naturais do caminho regenerativo e santificante, aceitemos o
cálice de nossas provações, seja qual for, sorvendo-lhe corajosamente o
conteúdo lembrando que nada vale para nós a fuga dos deveres fundamentais que
nos competem, porque, em nos afastando dos aguilhões salvadores dentro da vida,
estamos simplesmente recusando em vão o programa sagrado de Deus.
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