UM INIMIGO SÓ
Emmanuel
Quando a luz do
conhecimento evangélico penetra o plano obscuro da nossa mente, estabelece-se a
divisão, no mundo de nossa alma, entre o bem e o mal, entre a claridade e a
sombra.
Compreendemos, então,
que o nosso conceito de paz se modifica.
E, observamos,
espantado, a paz do cofre recheado de ouro, que se transforma, com o tempo, em
aflição da avareza; do excessivo reconforto da carne que, não raro, se converte
em moléstia infeliz; da alegria da herança amoedada que, frequentemente,
desaparece em amarga tortura mental; do contentamento da posse efêmera que,
pouco a pouco, dá lugar a lamentável escravidão do espírito; da mentirosa
segurança do poder humano que, cedo, se mergulha na pesada corrente do
desencanto...
Chegamos, desta
forma, a entender que a paz fictícia da morte moral acompanha sempre os iníquos
e os perversos, os maus aparentemente triunfantes e os enganados de todos os
matizes que despertam, invariavelmente, nos espinheiros da dor e da
desesperação.
Por
isso mesmo, a revelação do Evangelho em nós, na profunda intimidade de nossa
alma, é guerra – luta imensa- que nos compele ao aprimoramento incessante e se
nos vemos, realmente, muitas vezes, separados de nossos familiares e de nosso
laços mais queridos ao coração, segundo o ensinamento da Boa Nova, somos
obrigados a reconhecer que nesse combate sem sangue do nosso campo interior,
somente possuímos um grande inimigo – o nosso próprio “eu” – separado da
verdade divina, que precisamos reestruturar, nos moldes sublimes do nosso
Divino Mestre, a golpes de sacrifício pessoal, a fim de que nos coloquemos ao
encontro da grande fraternidade, para a vitória plena do amor em nosso
espírito, em marcha sublime para a nossa destinação de filhos de Deus, na
felicidade da vida Imortal.
REFÚGIO
Francisco
Cândido Xavier
(Espírito de Emmanuel)
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