Educação
4.
Pois que o Espírito da criança já viveu, por que não se
mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A
criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode
dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança.
Para
uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe
cativar a solicitude. Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se,
em vez da graça ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter
viril e as ideias de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o
passado.
Aliás,
faz-se necessário que a atividade do princípio inteligente seja proporcionada à
fraqueza do corpo, que não poderia resistir a uma atividade muito grande do
Espírito, como se verifica nos indivíduos grandemente precoces. Essa a razão
por que, ao aproximar-se-lhe a encarnação, o Espírito entra em perturbação e
perde pouco a pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa
espécie de sono, durante o qual todas as suas faculdades permanecem em estado
latente. É necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um
novo ponto de partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo
que a possa entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. É assim que o
Espírito renasce melhor, mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e
secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.
A
partir do nascimento, suas ideias tomam gradualmente impulso, à medida que os
órgãos se desenvolvem, pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos,
o Espírito é verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as
ideias que lhe formam o fundo do caráter.
Durante
o tempo em que seus instintos se conservam amodorrados, ele é mais maleável e,
por isso mesmo, mais acessível às impressões capazes de lhe modificarem a
natureza e de fazê-lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa que incumbe
aos pais.
O
Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus
está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a
criança por símbolo da pureza e da simplicidade.
Educação
O amor é a
base do ensino.
Professor e
aluno, cooperação mútua.
O
auto aprimoramento será sempre espontâneo.
Disciplina
excessiva, caminho de violência.
A
curiosidade construtiva ajuda o aprendizado.
Indagação
ociosa, dúvida enfermiça.
Egoísmo
n’alma gera temor e insegurança.
Evangelho no
coração, coragem na consciência.
Cada
criatura é um mundo particular de trabalho e experiência.
Não existe
vocação compulsória.
Toda aula
deve nascer do sentimento.
Automatismo
na instrução, gelo na ideia.
A educação
real não recompensa nem castiga.
A lição
inicial do instrutor envolve em si mesma a responsabilidade pessoal do
aprendiz.
Os desvios
da infância e da juventude refletem os desvios da madureza.
Aproveitamento
do estudante, eficiência do mestre.
Maternidade
e paternidade são magistérios sublimes.
Lar, primeira
escola; pais, primeiros professores; primeiro dia de vida, primeira aula do
filho.
Pais e
educadores! Se o lar deve entrosar-se com a escola, o culto do Evangelho em
casa deve unir-se à matéria lecionada em classe, na iluminação da mente em
trânsito para as esferas superiores de Vida.
André
Luiz, extraído do livro “O Espírito da Verdade”
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