domingo, 25 de setembro de 2016


Educação



 

4. Pois que o Espírito da criança já viveu, por que não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança.

 

Para uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude. Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se, em vez da graça ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o passado.

 

Aliás, faz-se necessário que a atividade do princípio inteligente seja proporcionada à fraqueza do corpo, que não poderia resistir a uma atividade muito grande do Espírito, como se verifica nos indivíduos grandemente precoces. Essa a razão por que, ao aproximar-se-lhe a encarnação, o Espírito entra em perturbação e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa espécie de sono, durante o qual todas as suas faculdades permanecem em estado latente. É necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um novo ponto de partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo que a possa entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. É assim que o Espírito renasce melhor, mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.

 

A partir do nascimento, suas ideias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem, pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos, o Espírito é verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as ideias que lhe formam o fundo do caráter.

 

Durante o tempo em que seus instintos se conservam amodorrados, ele é mais maleável e, por isso mesmo, mais acessível às impressões capazes de lhe modificarem a natureza e de fazê-lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa que incumbe aos pais.

 

O Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.

 

Educação


 

O amor é a base do ensino.

Professor e aluno, cooperação mútua.
 

O auto aprimoramento será sempre espontâneo.

Disciplina excessiva, caminho de violência.
 

A curiosidade construtiva ajuda o aprendizado.

Indagação ociosa, dúvida enfermiça.
 

Egoísmo n’alma gera temor e insegurança.

Evangelho no coração, coragem na consciência.
 

Cada criatura é um mundo particular de trabalho e experiência.

Não existe vocação compulsória.
 

Toda aula deve nascer do sentimento.

Automatismo na instrução, gelo na ideia.
 

A educação real não recompensa nem castiga.

A lição inicial do instrutor envolve em si mesma a responsabilidade pessoal do aprendiz.


Os desvios da infância e da juventude refletem os desvios da madureza.

Aproveitamento do estudante, eficiência do mestre.
 

Maternidade e paternidade são magistérios sublimes.

Lar, primeira escola; pais, primeiros professores; primeiro dia de vida, primeira aula do filho.
 
Pais e educadores! Se o lar deve entrosar-se com a escola, o culto do Evangelho em casa deve unir-se à matéria lecionada em classe, na iluminação da mente em trânsito para as esferas superiores de Vida.

 

André Luiz, extraído do livro “O Espírito da Verdade”

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