DIANTE DA
CONSCIÊNCIA
E - Cap.XVII -
Item 2 Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
2.
Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as
coisas, esta proposição: “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial”,
tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição
absoluta.
Se
à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual
a este, o que é inadmissível. Os homens a quem Jesus falava não compreenderiam
essa nuança, pelo que Ele se limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes
que se esforçassem pelo alcançar.
Aquelas
palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de
que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade.
Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: “Em amarmos os nossos inimigos, em
fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos
pelos
que nos perseguem.” Mostra Ele desse modo que a essência da perfeição é a
caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras
virtudes.
Com
efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples
defeitos, reconhecer-se-á nenhum haver que não altere mais
ou menos o sentimento da caridade, porque todos têm seu princípio no egoísmo e
no orgulho, que lhes são a negação; e isso porque tudo o que sobre excita o
sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da
verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência,
a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado até o amor
dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à
caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade
moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta
da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos
as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse:
“Sede
perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial.”
L - Questão 169 –
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
169.
É invariável o número das encarnações
para todos os Espíritos?
“Não;
aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações
sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito.”
Temas Estudados:
Atitude elevada
Clima grupal
Companheiros do
dia-a-dia
Conduta
fraternal
Definição de
deveres
Vivência
cotidiana
DIANTE DA
CONSCIÊNCIA
A vontade do
Criador, na essência, é, para nós, a atitude mais elevada que somos capazes de
assumir, onde estivermos, em favor de todas as criaturas.
Quem vem a ser,
porém, essa atitude mais elevada que estamos chamados a abraçar, diante dos
outros? Sem dúvida, é a execução do dever que as leis do Eterno Bem nos
preceituam para a felicidade geral, conquanto o dever adquira especificações determinadas, na
pauta das circunstâncias.
Vejamos alguns
dos nomes que o definem, nos lugares e condições em que somos levados a
cumpri-lo:
na conduta -
sinceridade;
no sentimento -
limpeza;
na ideia -
elevação;
na atividade -
serviço;
no repouso -
dignidade;
na alegria -
temperança;
na dor -
paciência;
no lar -
devotamento;
na rua -
gentileza;
na profissão -
diligência;
no estudo -
aplicação;
no poder -
liberalidade;
na afeição -
equilíbrio;
na corrigenda -
misericórdia;
na ofensa -
perdão;
no direito -
desprendimento;
na obrigação -
resgate;
na posse -
abnegação;
na carência -
conformidade;
na tentação -
resistência;
na conversa -
proveito;
no ensino -
demonstração;
no conselho -
exemplo.
Em qualquer
parte ou situação, não hesites quanto à atitude mais elevada a que nos achamos
intimados pelos Propósitos Divinos, diante da consciência. Para encontrá-la, basta
procures realizar o melhor de ti mesmo, a benefício dos outros, porquanto, onde
e quando te esqueces de servir em auxílio ao próximo, aí surpreenderás a
vontade de Deus que, sustentando o Bem de Todos, nos atendem ao anseio de paz e
felicidade, conforme a paz e a felicidade que ofereçamos a cada um.
NOSSO MATERIAL
DE LIÇÃO
Criatura
alguma conseguirá partilhar o trabalho de várias comunidades ao mesmo tempo,
não obstante a pessoa, por seus atos, influir indiretamente no conjunto da Humanidade.
Cada
um de nós, estejamos encarnados ou desencarnados em serviço na Crosta Terrestre,
vive jungido a um grupo de companheiros que constituem laços do pretérito ou instrumentos
da hora, junto dos quais somos convidados a educar a vida e o coração para a
Existência Maior.
Semelhantes
sócios de ideal parecer-nos-ão, às vezes, inadequados para nós, mas é preciso
considerar que, provavelmente no conceito que fazem de nós, nos julgarão também
impróprios para eles. Forçoso reconhecer que são agora o que são, como somos neste
momento o que temos sido até hoje.
As
Diretrizes Divinas não nos reuniram, por acaso, uns com os outros.
Não
dispomos de recurso bastante para conhecer circunstanciadamente os propósitos
da Justiça Real. Sabemos que nos concede o melhor que sejamos capazes de
receber para realizarmos o melhor que possamos fazer na hora que passa.
Usemos
o amor que o Evangelho nos indica a fim de que se nos reduzam as deficiências
recíprocas. Imperioso amá-los quais se nos fossem familiares queridos.
Agradecer
aos mais virtuosos o conforto com que nos alimentam a alma e auxiliar os que se
nos mostrem menos seguros,
Seguir
o exemplo dos valorosos no dinamismo construtivo e apoiar os tíbios que tropeçam
a cada passo da tarefa a desenvolver. Sentir-lhes os percalços, compartir-lhes os
regozijos.
Recolher
a inspiração dos que acertam e amparar os que se transviam.
Escutar
com atenção os que ensinam e ouvir com paciência os que se desequilibram nos
labirintos da necessidade.
Estimular
as mínimas aspirações que entremostrem no rumo da correção, permanecendo justos
para que a fraternidade jamais lisonjeie o mal naqueles que amamos.
Saber
tocá-los no sentimento, sem converter a sinceridade em censura e sem
transformar a bondade em fraqueza, para que não se emaranhem nas armadilhas da
ilusão.
Entender
que sem eles seríamos quais alunos obrigados à frequência da escola, sem
material de lição.
Em suma, aceitar
o campo da vivência cotidiana como o educandário mais digno em que possamos
estagiar, provisoriamente internados pela Paternidade Comum, e do qual não
sairemos senão para a repetência das provas, se não tivermos notas de aproveitamento
que nos recomendem a equipes superiores.
Para isso,
guardemos por norma a realização de benefícios generalizados a fim de que a
rotina improdutiva não nos detenha à margem, adiando o nosso acesso à verdadeira
compreensão.
Do livro "Estude e viva", psicografia
de Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira
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