Perdão e Progresso
Emmanuel
O progresso é
realmente a vitória do perdão.
Podemos,
assim, defini-lo como sendo a sinfonia do trabalho em que milhões de vidas
renunciam a si próprias, a fim de que a evolução prevaleça, em toda parte,
gloriosa e sublime.
É possível
averiguar a exatidão de nossa assertiva na própria casa que nos serve de templo
às aspirações.
Não fosse o
retraimento da pedra que se oculta, resignada, não se equilibraria o edifício
nos alicerces.
Não fosse a
humildade da argila que cede aos propósitos do oleiro e não poderíamos contar
com o tijolo simples, sustentando as paredes acolhedoras.
Não fosse o
minério que sabe morrer na forja ardente e não disporíamos da férrea argamassa
ao cimento bem posto.
E não fosse a
obediência da madeira, exilada do ninho verde que lhe é próprio, e não
conseguiríamos os recursos que nos sustentam o teto.
Todas as obras
úteis, por mais singelas, requisitam o perdão na base em que se levantam.
Não te
confies, desse modo, às sombras do antagonismo e ao fel da aversão.
Recebe os
adversários da própria senda à feição de valores que te renovam.
Aceita-lhes a
cólera ou a perseguição inesperada, como serviços gratuitos ao teu próprio
engrandecimento, de vez que das anotações que te enderecem, retirarás sempre
valiosas lições, objetivando-te o aprimoramento e a paz, a elevação e a
alegria.
Aprende a
sorrir para a dificuldade, envolvendo aqueles que a provocam em tua mensagem de
simpatia.
Observa a
ignorância onde muitas vezes te parece surpreender a perversidade e repara a
miséria onde, em muitas ocasiões, acreditas encontrar as trevas do crime e,
socorrendo uma e outra, com os teus gestos de compreensão e de amor, edificarás
sobre os elementos, aparentemente contrários à tua felicidade, o abençoado caminho
de tua grande ascensão.
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