segunda-feira, 22 de outubro de 2018


O PODER DA FÉ
(diante das tempestades da vida)
O barco de Simão singrava, lento,
O mar da Galiléia quando o vento
Furioso agitou seu braço enorme.
Desaba, impiedosa a tempestade,
Dos discípulos é grande a ansiedade,
Enquanto o Mestre dorme...
Encresparam-se as ondas, bruscamente,
A água invadiu tudo de repente,
E o pânico se fêz na embarcação.
É chamado Jesus com impaciência,
Todos querem saber que providência
tomará Ele então.
"Não te importa , Senhor que pereçamos?
Não vês, que aflitos todos nós estamos,
Ante a fúria cruel da tempestade?"
O Rabi de Judá põe-se de pé,
A todos demonstrando a sua Fé
E a sua autoridade.


"Por que ficais meus filhos tão aflitos,
Quando tendes poderes infinitos,
Que o Pai Celestial vos outorgou?
Acaso sois mais fracos que o vento,
Que sacudindo o mar neste momento,
Vos atemorizou?
Acaso a vossa fé é tão pequena,
Que a fúria da borrasca não serena,
Escutando de perto a vossa voz?
O Pai nunca abandona os filhos seus,
No próprio vento, em tudo existe Deus,
Principalmente em nós!
"Jesus levanta a sua destra augusta,
Erguendo, então, a voz severa e justa
E diz ao mar. Acalma-te, emudece!"
Queda-se o mar, como que por encanto,
E a tempestade , ante o geral espanto,
Então desaparece...
"Quem será esse a cuja voz o vento
Torna-se fraco e manso, de momento,
Como por nós, foi neste instante visto?"
Calam-se todos, logo pressentiram:
Só faria por certo, o que eles viram,
Quem fosse o próprio Cristo!
Ainda agora a todo mundo encanta
A lição por demais sublime e santa
Que nos legou Jesus de Nazaré
Por ela muito claro percebemos
O quanto um dia todos nós faremos,
Quando tivermos Fé!
Poema de: José Soares Cardoso

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