MEDIUNIDADE
Pelo
Espírito Bezerra de Menezes.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
Livro:
Cartas do Coração.
Mediunidade
com Jesus é serviço aos semelhantes.
Desenvolver
esse recurso é, sobretudo, aprender a servir.
Aqui,
alguém fala em nome dos espíritos desencarnados; ali, um companheiro aplica
energias curadoras; além, um cooperador ensina o roteiro da verdade; acolá,
outrem enxuga as lágrimas do próximo semeando consolações.
Contudo, é
o mesmo poder que opera em todos.
É a divina
inspiração do Cristo, dinamizada através de mil modos diferentes por
reerguer-nos da condição de inferioridade ou de sofrimento ao título de
herdeiros do Eterno Pai.
E nessa
movimentação bendita de socorro e esclarecimento, não se reclama o título
convencional do mundo qualquer que seja, porque a mediunidade cristã, em si,
não colide com nenhuma posição social.
Constituindo
fonte do Céu a derramar benefícios na Terra, por intermédio dos corações de boa
vontade.
Em razão
disso, antes de qualquer sondagem das forças psíquicas, no sentido de se lhes
apreciar o desdobramento, vale mais a consagração do trabalhador à caridade
legítima, em cujo exercício todas as realizações sublimes da alma podem ser
encontradas.
Quem
desejar a verdadeira felicidade, há de improvisar felicidade dos outros; quem
procure a consolação, para encontrá-la, deverá reconfortar os mais desditosos
da humana experiência.
Dar e
receber.
Ajudar
para ser amparado.
Esclarecer
para conquistar a sabedoria e devotar-se ao bem do próximo para alcançar a
divindade do amor.
Eis a Lei
que impera, igualmente, no campo mediúnico, sem cuja observação, o colaborador
da Nova Revelação não atravessa os pórticos das rudimentares noções de vida
eterna.
Espírito
algum construirá a escada de ascensão sem atenção às determinações do auxílio
mútuo.
Nesse
terreno, portanto, há muito que fazer nos círculos da Doutrina Cristã Rediviva,
porque não basta ser médium para honrar-se alguém com as bênçãos da luz, tanto
quanto não vale possuir uma charrua perfeita, sem a sua aplicação no esforço da
sementeira.
A tarefa
pede fortaleza no serviço, com ternura no sentimento.
Sem um
raciocínio amadurecido para superar a desaprovação provisória da ignorância e
da incompreensão e sem as fibras harmoniosas do carinho fraterno para
socorrê-las, com espírito de solidariedade real, é quase impraticável a jornada
para a frente.
Os golpes
da sombra martelam o trabalho iluminativo da mente por todos os flancos e imprescindível
se torna ao instrumento humano das verdades divinas armar-se convenientemente
na fé e na boa vontade incessante, a fim de satisfazer aos imperativos do
ministério a que foi convocado.
Age,
assim, com isenção de ânimo, sem desalento e sem inquietação, em teu apostolado
de curar.
Estende as
tuas mãos sobre os doentes que te busquem o concurso de irmã dos infortunados,
convicta de que o Senhor é o manancial de todas as bênçãos.
O lavrador
semeia, mas é a bondade divina que faz desabrochar a flor e preparar-se o
fruto.
É
indispensável marchar de alma erguida para o alto, vigiando, apesar das serpes
e dos espinhos que povoam o chão.
Diversos
amigos se revelam interessados em tua tarefa de fraternidade e luz e não seria
justo que a hesitação te paralisasse os impulsos mais nobres, tão somente
porque a opinião do mundo te não entende os propósitos, nem os objetivos da
esfera espiritual, de maneira imediata.
Não
importa que o templo seja humilde e que os mensageiros compareçam na túnica de
extrema simplicidade.
O Mestre
Divino ensinava a verdade à frente de um lago e costumava ministrar os dons
celestiais sob um teto emprestado; além disso; encontrou os companheiros mais
abnegados e fiéis entre pescadores anônimos, integrados na vida singela da
natureza.
Claro está
que ainda não temos seguidores leais do Senhor sem a cruz do sacrifício.
A
mediunidade é um madeiro de espinhos dilacerantes, mas com o avanço da subida,
calvário acima, os acúleos se transformaram em flores e os braços da cruz se
convertem em asas de luz para a alma livre na eternidade.
Não
desprezes a tua oportunidade de servir e prossegue de esperança robusta.
A carne é
uma estrada breve.
Aproveitemo-la
sempre que possível na sublime sementeira da caridade perfeita.
Em suma,
ser médium no roteiro cristão é dar de si mesmo em nome do Mestre.
E foi Ele
que nos descerrou a realidade de que somente alcançam a vida verdadeira àqueles
que sabem perder a existência em favor de todos os que se constituem seus
tutelados e filhos de Deus na Terra.
Segue,
pois para diante, amando e servindo.
Não nos
deve preocupar a ausência de alheia compreensão.
Antes de
cogitarmos do problema de sermos amados, busquemos amar, conforme o Amigo
Celeste nos ensinou.
Que Ele
nos proteja, nos fortifique e abençoe.
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