SEMPRE AMOR
Torno, ansioso, da morte à casa que deixara...
Os meus, o lar, o amor... Eis tudo o que ambiciono,
Entro. Lá fora, o parque, a tristeza, o abandono...
Mormaço, plenilúnio, o vento, a noite clara...
Debalde grito, corro, observo, inspeciono...
Subo. Um morcego ronda pequena almenara...
Nada. Ninguém me espera. A vida desertara.
Tudo silêncio e pó de tapera sem dono...
Sofro desilusão que o mundo não descreve,
Mas alguém abre a porta e me chama, de leve...
Fito pobre mulher... Na face, o olhar sem brilho...
Conheço-a!... Minha mãe!... Quanta saudade, quanta!...
Vem lembrar-me a rezar... Beijo-lhe as mãos de santa!...
Ela chora e repete: “Ah! meu filho! meu filho!...
Jorge Matos
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