Chico Xavier – Uma lição de Amor
Lição de
Humanidade
Enquanto a
moderna civilização alcança o apogeu no campo da Ciência e da Tecnologia, o
homem vive tempos sombrios.
Na procura
obstinada de um universo fecundo e valores emocionais, éticos e morais tenta,
avidamente, encontrar sua âncora-símbolo da esperança.
Nesse momento
crucial, o perfil dos verdadeiros iluminados e profetas se destaca e ganha
força – não pretendem recrutar adeptos nos grupos, cada vez maiores, de
desesperados e desiludidos – seria fácil conquistar suas mentes. Nem pretendem
utilizar, em benefício próprio, a candura dos que neles crêem, que redundaria
num acréscimo incomensurável de poder.
O exemplo de
suas vidas irreprocháveis é um raio fulgurante, cuja centelha penetra o âmago
dos corações e desperta consciências, mantendo ardente a chama das virtudes
teologais – fé, esperança e caridade – inerentes a todos os grandes espíritos
ecumênicos.
Transcendendo
sua obra densa e fértil, Francisco Cândido Xavier e, sem sombra de dúvida, uma
destas insuperáveis lições de humanidade.
Desde o
início, sua trajetória no Planeta Terra foi marcada por acontecimentos, na maioria;
adversos e, ainda assim, aceitos com humilde devoção – Chico Xavier foi “escolhido”
como o mensageiro do amor.
Cumpre sua
missão com rigorosa e total dedicação.
Sobre sua
imensa alma simples fluem, das mãos do Criador, a mais pura fragrância, a luz
mais brilhante, a melodia de cânticos celestiais que, em magistral
orquestração, estruturam e definem sua força, tão possante quanto harmônica,
aparentemente difícil de caber em seu frágil corpo físico, através do qual, se
consuma a Vontade Suprema do Construtor do Universo.
Chico Xavier
une, no tempo e no espaço, a espécie humana e proporciona essa sutil
comunicação com nossos irmãos e irmãs, com nossos ancestrais.
Devemos
compreender como ele é, não como gostaríamos que fosse – para ele, o óbvio é,
muitas vezes, falso enquanto que o inesperado é, muitas vezes, verdadeiro.
Nenhum sistema
religioso, filosófico ou político, possui todas as respostas que justifiquem a
existência, aqui ou além.
Chico Xavier
preenche, em grande parte, esse vazio de autoconhecimento e toca nosso
sentimento de admiração e respeito.
São muitas as
etapas do desenvolvimento gradual da consciência.
Em eras
remotas, discutia-se o fato de que a mulher, tal como o homem, também possuísse
uma alma, ou se era uma simples borboleta que esvoaçava, apenas por um dia...
Perguntando
sobre o assunto, Chico respondeu:
- “Homem
nenhum na Terra, até agora, impediu que a mulher fosse detentora do privilégio
e da glória de ser mãe e que, através dela, se gerasse a vida”.
Conhecemos
santos, heróis, homens de grande inteligência, cujos nomes se projetaram na
História.
Mas nenhum
deles existiria se não fosse a mulher – é tão importante essa sublime tarefa
feminina que, quando a Divina Providência, em seus Desígnios
insondáveis e profundos, enviou Seu Filho à Terra, para resgatar a humanidade,
não escolheu Tibério, Augusto ou outros Césares, nem os grandes filósofos
gregos, ou os grandes conquistadores.
Escolheu uma
jovem virtuosa, chamada Maria de Nazaré, em cuja personalidade todos nós
reverenciamos aquela que foi Mãe de Jesus, que se transformou no símbolo da Mãe
da Humanidade, para todos que se considerem cristãos, que abrangem milhões de
criaturas – como poderia isso acontecer se todos os seres humanos, sem exceção,
independente de sexo, raça, ou religião, são iguais perante Deus, que os fez à
Sua Imagem e Semelhança?
Naturalmente,
homens e mulheres abrigam em seus corpos aquele sopro Divino que denominamos
“alma”.
- “Em algum
lugar, entre a imensidão e a eternidade está o nosso lar – a Terra é um lugar,
mas de maneira nenhuma o único lugar, intelectualmente, permanecemos numa
ilhota dentro de um oceano ilimitado de inexplicabilidade”.
(T. S. Huxley, 1887)
“Por ventura
compreendemos a expansão da Terra?
Onde é o caminho
da Morada de Luz.
E onde é o
local da escuridão “”.
(O Livro de
Jó)
OBRA FECUNDA
As barreiras
da mente são grossas muralhas, construídas pela razão e pela lógica objetiva,
que funcionam como forças antagônicas, que se opõem à germinação e ao desenvolvimento
das percepções extra-sensoriais. Mas, através de Chico Xavier, exemplo clamoroso
da fenomenologia paranormal, emerge um mar desconhecido feito de energias e
vibrações, espesso, subjetivo e poderoso, que pressiona e chega à tona,
rompendo as barreiras da mente.
Mesmo para
pessoas de crenças diferentes da sua, Chico Xavier não é um mortal comum –
irradia luz e paz sem falar em seus incontestáveis dons de clarividência,
telepatia e psicografia.
Talvez seja
difícil separar o homem Chico, do médium vivo mais famoso do Brasil, que pode
apresentar à posteridade uma obra rara – até outubro de 1982 produziu duzentos
e vinte e um livros psicografados, já editados, num total de onze milhões de
exemplares vendidos.
Seus livros
compreendem gêneros literários os mais diversos e foram traduzidos para várias
línguas entre as quais, Espanhol, Esperanto, Francês, Inglês, Grego e Checo.
Existem
algumas obras publicadas em Braile.
Entretanto, a
vultosa renda proveniente de direitos autorais, mais donativos e heranças que
recebe, são integralmente dados a numerosas instituições de caridade, hospitais
beneficentes ou centros de assistência social, no Brasil e no Exterior.
Chico Xavier
vive, exclusivamente, de sua magra aposentadoria, referente a seu cargo de
funcionário público do Ministério da Agricultura.
A cidade
mineira de Uberaba, onde vive atualmente, tornou-se o maior centro de peregrinação
espírita do Brasil.
Nas famosas
noites de sexta-feira há seção de atendimento ao público, demonstrando um
interesse permanente por seus semelhantes.
Chico recebe
como se fosse imune ao cansaço, mantendo até o fim, a mesma brandura e o mesmo
sorriso, milhares de pessoas que desejam vê-lo de perto ou consulta-lo.
Muitos vencem
longas distâncias, outros chegam em caravanas e todos permanecem, por horas
intermináveis, em filas quilométricas, esperando um número de chamada para o
atendimento.
Ele atende
todos, mostrando possuir quase ao infinito, uma das mais difíceis virtudes: a
paciência.
Sua humildade
transcende o humano – quando, ao completar setenta anos alguns amigos mais
íntimos e nomes famosos das artes e da política quiseram sugerir seu nome ao Nobel
da Paz, como presente de aniversário, com o endosso de dez milhões de
brasileiros, Chico sorriu, desconversou e continuou entregue à sua missão de
caridade e amor ao próximo.
“Oceano de
Pura Consciência”
O
reconhecimento do valor de Chico Xavier não reside apenas nos oitenta e três
títulos de cidadania recebidos no Brasil – atuou junto às vítimas do fogo
selvagem, contribuindo, com seu auxílio, à construção e na manutenção do
Hospital do Pênfigo; merece especial atenção seu trabalho na Casa Transitória,
da Federação Espírita do Estado de São Paulo, destinada a velhos desamparados,
à recuperação de adultos e ao auxílio de crianças carentes.
São inúmeros
os hospitais psiquiátricos e casas de saúde orientadas pelas obras de André
Luiz, psicografadas por Chico.
Trabalhou
intensamente na recuperação dos presidiários, organizando grupos de voluntários
para orientar os detentos no regresso à sociedade; quase sempre relutantes.
Atende aos
pobres distribuindo donativos que abrangem desde roupas e utilidades domésticas,
até os gêneros de primeira necessidade.
Percorre as
cruas de terra vermelha e barracos inacabados, distribuindo aos favelados bens
materiais e conforto espiritual, entre centenas de outros gestos despojados e
comoventes que possuem força suficiente para reanimar os mais aflitos.
Dimensionar a
obra de Chico, através de sua longa jornada, seria pretender explicar os mundos
insondáveis e profundos do médium.
A natureza,
sinônimo de manifestação de Deus, não revela seus segredos de uma só vez.
A fama em nada
mudou sua personalidade simples, nem alterou a magnitude de seus dons – Chico é
a própria integração do homem na universalidade Cósmica e vive, simultaneamente,
em duas dimensões – poderíamos dizer que Chico Xavier é um “oceano de pura
consciência” e situa-se além do espaço e do tempo.
“Enquanto este
Planeta gira, de acordo com alei imutável da gravidade, de um começo tão
simples, formas infindáveis, as mais belas e perfeitas, evoluíram e ainda estão
evoluindo”.
(Charles
Darwin)
“Quanto mais vivermos; com mais experiências
partimos”.
(Chico Xavier).
(Tribuna de
Brasília – Brasília – DF, de 08
a 14 de janeiro de 1984).
NOVO MUNDO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
EMMANUEL
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