ACIDENTADOS DA ALMA
E – Cap. X – Item 16 (1) O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
L – Questão 943 (2) O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Temas Estudados:
Bondade e discernimento
Compaixão
Necessitados-problemas
Problemas da dor
Provação Justiça
Recuperação
ACIDENTADOS DA ALMA
Compadeces-te dos caídos em
moléstia ou desastre, que e apresentam no corpo comovedoras mutilações.
Inclina-te, porém, com igual compaixão para aqueles outros que comparecem,
diante de ti, por acidentados da alma, cujas lesões dolorosas não aparecem. Além
da posição de necessitados, pelas chagas ocultas de que são portadores, quase
sempre se mostram na feição de companheiros menos atrativos e desejáveis.
Surgem pessoalmente bem-postos,
estadeando exigências ou formulando complicações, no entanto, bastas vezes
trazem o coração sob provas difíceis; espancam-te a sensibilidade com palavras
ferinas, contudo, em vários lances da experiência, são feixes de nervos
destrambelhados que a doença consome; revelam-se na condição de amigos,
supostos ingratos, que nos deixam em abandono, nas horas de crise, mas, em
muitos casos, são enfermos de espírito, que se enviscam, inconscientes, nas
tramas da obsessão; acolhem-te o carinho com manifestações de aspereza,
todavia, estarão provavelmente agitados pelo fogo do desespero, lembrando
árvores benfeitoras quando a praga as dizima; são delinquentes e constrangem-te
a profundo desgosto, pelo comportamento incorreto; no entanto, em múltiplas
circunstâncias, são almas nobres tombadas em tentação, para as quais já existe
bastante angústia na cabeça atormentada que o remorso atenaza e a dor
suplicia...
Não te digo que aproves o mal sob
a alegação de resguardar a bondade. A retificação permanece na ordem e na
segurança da vida, tanto quanto vige o remédio na defesa e sustentação da saúde.
Age, porém, diante dos acidentados da alma, com a prudência e a piedade do
enfermo que socorre a contusão, sem alargar a ferida.
Restaurar sem destruir. Emendar
sem proscrever. Não ignorar que os irmãos transviados se encontram encarcerados
em labirintos de sombra, sendo necessário garantir-lhes uma saída adequada.
Em qualquer processo de reajuste,
recordemos Jesus que, a ensinar servindo e corrigir amando, declarou não ter
vindo à Terra para curar os sãos.
ASPECTOS DA DOR
Os soluços de dor são compreensíveis
até o ponto em que não atingem a fermentação da revolta, porque, depois disso,
se convertem todos eles em censura infeliz aos planos do Céu.
*
A enfermidade jamais erra o
endereço para suas visitas.
*
As lágrimas, em verdade, são
iguais às palavras. Nenhuma existe destituída de significação.
*
Somente chega a entender a vida
quem compreende a dor.
*
A evolução regula também o
sofrimento das criaturas e nelas se evidencia mais superficial ou mais
profunda, conforme o aprimoramento de cada uma.
*
Se você pretende vencer, não
menospreza a possibilidade de amargar, algumas vezes, a aflição da derrota como
lição no caminho para o triunfo.
*
Aprende melhor quem aceita a
escola da provação, porquanto, sem ela, os valores da experiência permaneceriam
ignorados.
*
A dor não provém de Deus, de vez
que, segundo a Lei, ela é uma criação de quem a sofre.
Do livro “Estude e Viva.”
(1)
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Cap. X – Item 16
A
INDULGÊNCIA
16.
Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal
que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos
fazem uso.
A
indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles,
divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos
senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa
para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a
falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A
indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para
prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto
quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras;
apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que consequência
se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais,
visto que, estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens!
quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios
pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos
irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sede,
pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos
daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada
coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais,
ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos
de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas
mais graves.
Sede
indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao
passo que o rigor desanima, afasta e irrita. – José, Espírito protetor.
(Bordéus, 1863.)
(2)
O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC
DESGOSTO
DA VIDA. SUICÍDIO
943.
Donde
nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos
indivíduos?
“Efeito
da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.
“Para
aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões
naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele
lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra
com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”
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