segunda-feira, 26 de dezembro de 2016


Desertores


Reunião pública de 13/5/60
O LIVRO DOS MÉDIUNS Questão nº 220 - Parágrafos 1º, 2º e 3º

 

Médiuns desertores não são apenas aqueles que deixam de transmitir com fidelidade sinais e palavras, avisos e observações da Esfera Espiritual para a Esfera Física.

De criatura a criatura flui a corrente da vida e todos nós, encarnados e desencarnados de qualquer condição, estamos conclamados a lutar pela vitória do Bem Eterno.

Desertores são igualmente:

Os que armazenam o pão, sem proveito justo, convertendo cereais em cifrões vazios;

Os que pregam virtudes religiosas e sociais, acolhendo-se em trincheiras de usura;

Os que fecham escolas, escancarando prisões;

Os que transformam as chaves da Ciência em gazuas douradas;

Os que levantam casas de socorro, desviando recursos que deveriam ser aplicados para sanar as dores do próximo;

Os que exterminam crianças em formação, garantindo a impunidade, no silêncio das próprias vítimas;

As mães que, sem motivo, emudecem as trompas da vida no santuário do próprio corpo, embriagando-se de prazeres que vão estuar na loucura;

Os que aviltam a inteligência, vendendo emoções na feira do vício;

Os que se afogam lentamente no álcool;

Os que matam o tempo para que o tempo não lhes dê responsabilidade;

Os que passam as horas censurando atitudes de outrem, olvidando os deveres que lhes competem;

Os que andam no mundo com todos os desejos satisfeitos;

Os que não sentem necessidade de trabalhar;

Os que clamam contra a ingratidão sem examinar os problemas dos supostos ingratos;

Os que julgam comprar o céu, entregando um vintém ao serviço da caridade e reservando milhões para enlouquecer os próprios descendentes, nos inventários de sangue e ódio;

Os que condenam e amaldiçoam, ao invés de compreender e abençoar;

Os que perderam a simplicidade e precisam de uma torre de marfim para viver;

Os que se fazem peso morto, dificultando o curso das boas obras...

Deserção! Deserção! Se trazemos semelhante chaga, corrigenda para nós!...

E se a vemos nos outros, compaixão para eles!...

 

Francisco Cândido Xavier

Seara dos Médiuns

Estudos e dissertações em torno da obra

“O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec

Ditado pelo Espírito Emmanuel

 

 

PERDA E SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE O LIVRO DOS MÉDIUNS, ALLAN KARDEC

 

220. A faculdade mediúnica está sujeita a intermitências e a suspensões temporárias, quer para as manifestações físicas, quer para a escrita. Damos a seguir as respostas que obtivemos dos Espíritos a algumas perguntas feitas sobre este ponto:

1ª Podem os médiuns perder a faculdade que possuem?

“Isso frequentemente acontece, qualquer que seja o gênero da faculdade. Mas, também, muitas vezes apenas se verifica uma interrupção passageira, que cessa com a causa que a produziu.”

2ª Estará no esgotamento do fluido a causa da perda da mediunidade?

“Seja qual for a faculdade que o médium possua, ele nada pode sem o concurso simpático dos Espíritos. Quando nada mais obtém, nem sempre é porque lhe falta a faculdade; isso não raro se dá, porque os Espíritos não mais querem, ou podem servir-se dele.”

3ª Que é o que pode causar o abandono de um médium, por parte dos Espíritos?

“O que mais influi para que assim procedam os bons Espíritos é o uso que o médium faz da sua faculdade.

Podemos abandoná-lo, quando dela se serve para coisas frívolas, ou com propósitos ambiciosos; quando se nega a transmitir as nossas palavras, ou os fatos por nós produzidos, aos encarnados que para ele apelam, ou que têm necessidade de ver para se convencerem. Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade.

Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas vistas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno.”

 

O LIVRO DOS MÉDIUNS, ALLAN KARDEC Questão nº 220 - Parágrafos 1º, 2º e 3º

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