Viverás para sempre
Reunião pública de 20-2-61
1ª Parte, cap. II, item 3
1ª Parte, cap. II, item 3
Meditando na
morte, honra, servindo, a estância carnal em que te hospedas por algum tempo.
Nela,
descobrirás com frequência os que fazem ironia em torno da fé; os que se
referem à virtude como sendo uma farsa; os que falam de corrida ao poder,
calcando aos pés o coração dos semelhantes; os que zombam da lealdade e os que
improvisam redutos de fantasioso prazer, argamassando-os com o pranto das
viúvas e dos órfãos.
Não te
padronizes pelo figurino moral que apresentam, portanto, qual acontece contigo,
ainda que não queiram, permanecem de viagem na Terra, e cada um prestará contas
de si próprio no momento oportuno.
Se a semente
conseguisse ouvir-nos acerca da valiosa tarefa de que se incumbirá na
alimentação do povo, quando estiver convertida em árvore, talvez nos recusasse
os vaticínios, e se a lagarta pudesse escutar-nos sobre a futura condição que a
espera, dentro da qual volitará no espaço com asas de borboleta, provavelmente
nos interpretaria por loucos.
Não te
molestem, assim, as considerações pueris dos irmãos que procuram transformar a
vida terrena em floresta de impulsos selvagens, gastando a existência em caça e
pesca de emoções inferiores.
*
Persiste na
reta consciência e faze o teu melhor.
Dos planos
superiores, os amigos que te antecederam na Pátria Espiritual acompanham-te os
triunfos ignorados pelos homens e abençoam-te o suor da paciência nas lutas
necessárias; encorajam-te na causa do amor puro e sustentam-te as energias para
que as tuas esperanças não desfaleçam; comungam-te as alegrias e as dores,
ensinando-te a semear a felicidade nos outros, para que recolhas a felicidade
maior; se tropeças, estendem-te os braços e, se choras, enxugam-te as lágrimas;
sobretudo, esperam-te, confiantes, quando termines a tarefa, para te abraçarem,
afetuosos, com a alegria de quem recebe um companheiro querido, de volta ao
lar.
Persevera no
bem, sabendo que viverás pra sempre.
E, se te
sentires sozinho na fé, lembra-te de Jesus.
Um dia, ele
esteve abandonado e crucificado no alto de uma colina, contemplando amigos
desertores e algozes gratuitos, beneficiários ingratos e adversários
inconscientes... Na conceituação humana, estava plenamente sozinho; contudo,
ele com Deus e Deus com ele formavam maioria, ante a multidão desvairada.
Francisco Cândido Xavier
Justiça Divina
Estudos e dissertações em
torno da obra
“O Céu e o Inferno”, de Allan
Kardec
Ditado pelo Espírito
Emmanuel
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