quinta-feira, 23 de junho de 2016

Viverás para sempre

Reunião pública de 20-2-61
1ª Parte, cap. II, item 3
Meditando na morte, honra, servindo, a estância carnal em que te hospedas por algum tempo.
Nela, descobrirás com frequência os que fazem ironia em torno da fé; os que se referem à virtude como sendo uma farsa; os que falam de corrida ao poder, calcando aos pés o coração dos semelhantes; os que zombam da lealdade e os que improvisam redutos de fantasioso prazer, argamassando-os com o pranto das viúvas e dos órfãos.
Não te padronizes pelo figurino moral que apresentam, portanto, qual acontece contigo, ainda que não queiram, permanecem de viagem na Terra, e cada um prestará contas de si próprio no momento oportuno.
Se a semente conseguisse ouvir-nos acerca da valiosa tarefa de que se incumbirá na alimentação do povo, quando estiver convertida em árvore, talvez nos recusasse os vaticínios, e se a lagarta pudesse escutar-nos sobre a futura condição que a espera, dentro da qual volitará no espaço com asas de borboleta, provavelmente nos interpretaria por loucos.
Não te molestem, assim, as considerações pueris dos irmãos que procuram transformar a vida terrena em floresta de impulsos selvagens, gastando a existência em caça e pesca de emoções inferiores.
*
Persiste na reta consciência e faze o teu melhor.
Dos planos superiores, os amigos que te antecederam na Pátria Espiritual acompanham-te os triunfos ignorados pelos homens e abençoam-te o suor da paciência nas lutas necessárias; encorajam-te na causa do amor puro e sustentam-te as energias para que as tuas esperanças não desfaleçam; comungam-te as alegrias e as dores, ensinando-te a semear a felicidade nos outros, para que recolhas a felicidade maior; se tropeças, estendem-te os braços e, se choras, enxugam-te as lágrimas; sobretudo, esperam-te, confiantes, quando termines a tarefa, para te abraçarem, afetuosos, com a alegria de quem recebe um companheiro querido, de volta ao lar.
Persevera no bem, sabendo que viverás pra sempre.
E, se te sentires sozinho na fé, lembra-te de Jesus.
Um dia, ele esteve abandonado e crucificado no alto de uma colina, contemplando amigos desertores e algozes gratuitos, beneficiários ingratos e adversários inconscientes... Na conceituação humana, estava plenamente sozinho; contudo, ele com Deus e Deus com ele formavam maioria, ante a multidão desvairada.
Francisco Cândido Xavier
 
Justiça Divina
 
Estudos e dissertações em torno da obra
“O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec
 
Ditado pelo Espírito
Emmanuel

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