PETIÇÃO
DO SERVO
Des Touches
Senhor!
Em
verdade, não posso ser a lâmpada que clareia o caminho, mas, se me amparas,
consigo ser a candeia singela capaz de orientar o rumo de algum viajante
transviado na floresta da vida.
Não
posso ser a fonte que dessedenta quantos atravessem as estradas do mundo, no
entanto, se me auxilias, consigo ser a concha de água limpa, suscetível de
socorrer um doente relegado ao abandono.
Não
posso ser a árvore benfeitora que se entrega ao faminto em plenitude de
bondade, entretanto, se me ajudas, posso ser a migalha de amor que suprima a
penúria de um companheiro desfalecente de angústia.
Não
posso ser a casa acolhedora que albergue todos os deserdados da Terra,
entregues às surpresas amargas da noite, mas, se me apóias, consigo ser a mão
que se estende ao amigo menos feliz para doar-lhe o calor de Tua bênção e
dizer-lhe ao coração abatido — “Deus te abençoe!”.
Senhor,
reconheço-me pequenino servo de Tua causa, no entanto, Contigo, a esperança
brilhará em minha alma e, com semelhante amparo, seguirei à frente, trabalhando
e servindo, no bendito anonimato de minha pequenez, a fim de louvar-Te sempre e
esperar, agindo e abençoando, a construção da Terra Mais Feliz.
Des Touches
1 – Mensagem recebida em
reunião pública na manhã de 26 de novembro de 1972 na Escola Jesus Cristo, em
Campos, RJ.
2
– Des Touches nasceu na França, de família nobre e rica. Ordenou-se sacerdote
da Igreja Católica e, no desempenho de seu múnus eclesiástico, foi um cristão
exemplar.
Missionou
em várias cidades e aldeias do Estado do Rio de Janeiro. Tão digno e virtuoso,
tão profundamente amigo de Jesus, que, pela sua genuína renúncia evangélica,
foi muitas vezes incompreendido pelos seus próprios companheiros da Igreja, que
não puderam compreender sua alma verdadeiramente abnegada.
Abandonando
os bens e as glórias do mundo, deixou para sempre seu palácio e suas riquezas
na França, onde era o aristocrata Émile Hertoux Des Touches de Calignie des
Fenets, para ser o humilde apóstolo de Jesus, vivendo como pobre entre os
pobres, em renúncia franciscana, um símbolo vivo do Evangelho.
Revelou
sempre grande cultura e super-humana humildade e aceitou, ainda em vida
terrena, as verdades da Revelação Espírita. Considerava Allan Kardec, há quem
muito admirou, — “um grande
homem de Deus”.
O
santo velhinho, carinhoso amigo dos pobres e das crianças, desencarnou na Santa
Casa de Misericórdia de Campos, aos 14 de novembro de 1930 e é hoje um dos
dedicados Benfeitores Espirituais da Escola Jesus Cristo.
Extraído
do livro Tempo e Amor, psicografia de Chico Xavier.
Nenhum comentário:
Postar um comentário