Trabalho Divino
Maria Dolores
Escuta, alma
querida e boa,
Perante as
aflições que te espanquem
A vida,
Na prova que
atordoa.
Há sofrimento,
lágrima e tumulto,
Embora
tolerando o impacto das trevas,
Busca enxergar
o mecanismo oculto
Das tarefas de
amor e redenção que
Levas!...
Deus clareia a
razão
Aqui, ali,
além,
Para que o
nosso próprio coração
Revele por si
mesmo a lei do bem...
Tens para dar,
conheces para ver
e para dar e
ver já podes discernir...
eis a missão
que trazes por dever:
trabalhar,
compreender, elevar,
construir!...
tudo o que
existe e vibra
entre as
forças do mundo,
tem no próprio
destino o dom profundo
de ajudar e
servir!
O sol gasta-se
em luz a entregar-se de todo
E tanto ampara
aos céus quanto às
Furnas de
lodo...
O jardim
despojado a refazer-se espera
Para dar-se de
novo em nova primavera...
Toda árvore
esquece o que sofre do homem
E apóia sem
cessar aqueles que a
consomem!...
olha o minério
arrebatado ao solo,
sem
possibilidades de regresso.
Padece fogo
ardente
A fim de
assegurar constantemente
O esplendor do
progresso.
Já consegues
pensar que qualquer for que
Apanhas,
A mais singela
e a mais descolorida,
É um sonho que
arrancaste à natureza
Para
adornar-te à vida?
Que modelas a
enxada
E golpeias o
chão,
Para que o
chão te guarde a sementeira
E te forneça o
pão?
Assim também
por onde vás,
Ante assaltos,
tragédias, ironias,
Tribulação ou
desengano,
Quando as
estradas do cotidiano
Surjam mais
espinhosas ou sombrias,
Nada reclames,
serve.
E nem
reproves, ama!
Em toda parte
a vida te reclama
Tolerância,
alegria, esperança e
Bondade, inda
que a dor te fira ou
Arrase os
sonhos teus,
Porque o Céu
te entregou a liberdade
De servir e
elevar a Humanidade
Por trabalho
de Deus.
Federação Espírita Brasileira
Rio de Janeiro - RJ 22.12.1972
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