A Família
Livro: N Ó S
Emmanuel & Francisco Cândido Xavier
A família consanguínea é
lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se
enriquecem de paciência, renúncia e boa vontade.
De
quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a
sementeira do destino.
Geralmente,
não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram a esfera superior
aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas,
a fim de restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de
nossa alma, na jornada para frente.
Muitas
vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de
devedores em resgate de antigos compromissos.
Se
for pai, não abandones teu filho aos processos evolutivos da natureza animal,
qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça de tua casa.
Os
filhos são comparáveis a "tratos de terra espiritual" que devolverás,
invariavelmente, à Espiritualidade na pauta da sementeira que lhes ofertes.
Se
for filho, não desprezes teus pais, relegando-os ao esquecimento e
subestimando-lhes os corações quando te parecem em desacordo com os teus ideais
de elevação e nobreza, porque também, um dia, precisarás da alheia compreensão
para que se te aperfeiçoe na individualidade a região agora menos burilada e
menos atendida.
O
companheiro mais idoso, em toda parte, é o espelho do teu próprio futuro.
Aprende
a usar a bondade, em doses intensivas, ajustando-a ao entendimento e à
vigilância, para que a experiência em família não se te desapareça no tempo,
sem proveito para o grande caminho.
Quem
não auxilia a alguns, não se acha habilitado ao socorro de muitos.
Quem não tolera o pequeno
desgosto doméstico, sabendo sacrificar-se com espontaneidade e alegria, a
benefício dos irmãos de tarefa ou de lar, debaldes se erguerá por salvador de
criaturas e situações que ele mesmo desconhece.
Cultiva
o trabalho, o silêncio e a generosidade e conquistarás o respeito, sem o qual
ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.
Se
não praticas o grupo familiar ou no esforço isolado a comunhão com Jesus, não
te demores a buscar-lhe a vizinhança, a inspiração e a diretriz, no culto do
Evangelho.
Não percas o tesouro das
horas em reclamações improfícuas ou destrutivas.
Procura atender e auxiliar
a todos em casa para que todos em casa te entendam e auxiliem na solução dos
problemas do cotidiano.
O lar é o porto de onde a
alma se retira para Além do Mundo e quem não transporta no coração o lastro da
experiência cristã, dificilmente escapará de surpresas inquietantes e
dolorosas.
Procura o Evangelho com
todos ou sozinho.
Recorda que todo dia é dia
de começar.
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