NA LEI DO BEM
Perguntas,
muita vez, de alma inquieta, que vem a ser o bem, tão diversas surgem as
interpretações, ao redor do bem, por toda parte.
Entendamos,
contudo, que o bem genuíno será sempre o bem que possamos prestar na obra do
bem aos outros.
Colheste
pedradas, na construção a que te dedicas; no entanto, compadeces-te da mão que
te ultraja, interpretando-lhe os golpes por sintomas de enfermidade.
Ouviste
frases insultuosas, em torno do teu nome, e registras a agressão por loucura
daqueles que as pronunciam, sem alterar-te no auxílio a eles.
Sofreste
assalto, na tarefa que realizas, mas não te revoltas contra a injúria dos que
te invadem a seara de esforço nobre, trabalhando sem mágoa, no clima da
tolerância.
Podes
falar, com razão, a palavra acusadora contra o adversário que te feriu;
contudo, reconheces a ofensa por crise de ignorância e, nem de leve, te afastas
da desculpa irrestrita.
Tens
bastante merecimento para destaque e ocultas-te, na atividade silenciosa, sem
fugir à cooperação, junto daqueles que te dirigem.
Conservas
a possibilidade de reter o melhor quinhão de vantagens e não te lembras disso,
ofertando o melhor de ti mesmo aos que te comungam a experiência.
O bem é
luz que se expande, na medida do serviço de cada um ao bem de todos, com
esquecimento de todo mal.
Sem
afetação de santidade, ajudemos o próximo, a fim de que o próximo aprenda a
ajudar-se.
Sem cartaz
de virtude, olvidemos as faltas alheias, reconhecendo que poderiam ser nossas,
diante das fraquezas que carregamos ainda.
Recorda
que, se há espíritos transviados ou injustos, em decúbito moral, através do
caminho, são eles tão necessitados da parcela de teu amor quanto os famintos, a
quem dás espontaneamente o prato de pão.
A
felicidade real nasce, invariável, daquela felicidade com que tornamos alguém
feliz.
Façamos,
assim, aos outros o que desejamos nos façam eles, na convicção de que, se
cuidamos da Lei do Bem, a Lei do Bem cuidará de nós.
Pelo
Espírito Emmanuel.
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
Livro:
Justiça Divina. Lição nº 54. Página 129.
Estudos e
Dissertações em torno da substância religiosa de “O Céu e o Inferno”, de Allan
Kardec.
1ª parte,
Capítulo VIII, Item 12.
Reunião
pública de 28/08/1961.
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