Bezerra de Menezes
Dedicada Irmã
Yolanda e demais irmãs e companheiros do Lar Oficina que vos consagrastes ao
culto de gratidão, e ao nosso querido amigo Augusto Cezar, campeão da bondade e
da elevação na Vida Maior, e a todos os irmãos e irmãs presentes, o Senhor nos
abençoe.
Estamos
agradecendo ao Grupo referido as alegrias e bênçãos deste dia, em que nossos
corações se irmanaram no amor ao próximo.
Companheiras e
Companheiros; amigos do Lar Oficina, a inspiração nos sobe do íntimo a fim de
manifestar-vos o nosso reconhecimento, entretanto, a vibração de entusiasmo e
felicidade que nos surge da alma esmorece nos domínios da palavra, pela
incapacidade de enunciarmos aquelas que nos configuram a emoção e o
agradecimento.
Trabalhastes
durante o ano inteiro, confiando o vosso tempo e as forças, gratuitamente, para
organizar o festival de paz e amor que nos oferecestes, na pessoa dos nossos
companheiros mais necessitados do que nós mesmos e distribuístes o pão que era
vosso e vestistes os nus com as roupas que entretecestes e que vos pertenciam
por direito natural da vida e entregastes a vós mesmos aos irmãos infelizes,
trazendo até aqui o tributo de vossa caridade manifesta, sem exigir recompensas
e nem pedir homenagens de qualquer natureza.
E milhares de
criaturas se reuniram conosco, de modo a externar-vos como somos felizes,
sentindo a presença de Jesus em vossos gestos de carinho e bondade para com
todos aqueles que se abeiraram das vossas mesas de alegria e generosidade,
exprimindo nosso louvor ao Nosso Senhor Jesus Cristo que vos inspirou a
realização na qual sois heróis anônimos do serviço e da disciplina,
demonstrando com o vosso exemplo o modelo de construção do Mundo Melhor.
Estivemos, nós
outros os amigos domiciliados na Vida Espiritual, em todos os vossos passos e
palavras e bendizemos a ventura de encontrar-vos com os frutos das mãos
operosas, pensando espontaneamente nos sofrimentos e necessidades de quantos de
nossos amigos em provação, em cuja face colocastes o sorriso de gratidão e em
cujos corações, atribulados no escárnio das rudes experiências da vida
terrestre, a chama da esperança e da fé no Pai de Misericórdia, que nos criou e
nos guia os destinos.
Sem dúvida,
dispondes da facilidade de erguer um bazar ou um supermercado para as peças e
utilidades que vos nascem das mãos, entretanto, atendestes ao pedido do Amado Amigo
da humanidade e entregastes todas as obras-primas de vosso ideal de servir
àqueles irmãos nossos que faceiam dificuldades e tropeços, provas e amarguras
que não conhecemos.
Benditos sejam
todos cós, irmãs e irmãos dos nossos corações, que vos lembrastes das
expressões de Jesus. “Todo o bem que fizerdes a um destes pequeninos, é a mim
que o fizestes”.
A propósito de
vossa grandeza de sentimentos, escolhemos para a noite de hoje, para nossa
meditação, a Parábola do Bom Samaritano e, por isso tomamos a liberdade de
reatircular-vos às afirmações:
- Um homem que
seguia de Jerusalém para Jericó, caiu sob o domínio de malfeitores que o maltrataram
e o deixaram no pó da estrada, semimorto...
Um sacerdote
que perambulava pelo mesmo sítio; contemplou a cena, mas passou de largo, temendo
as complicações que o socorro ao desconhecido lhe traria.
Um auxiliar do
culto que se devotava a Deus, passou pelo mesmo lugar e fez o mesmo, fugindo de
prestar qualquer tipo de assistência ao ferido.
Entretanto,
apareceu um homem samaritano que atravessava a região, auxiliou a vítima
prostrada no chão do caminho, compadeceu-se daquele homem maltratado e sem
recursos, sofreu o cavalo em que prosseguia com os seus objetivos e abraçou o
espoliado e tratou-lhe as feridas.
Era ele apenas
um homem, sem títulos nobiliárquicos, que assim procedeu.
Em seguida
depôs o ferido sobre a sua própria montaria, guiou-o até uma hospedaria e
internou-o no conforto doméstico do hospedeiro, pagou-lhe a entrada do
companheiro ferido e recomendou ao hospedeiro que o tratasse afetuosamente, e
prometeu que lhe pagaria todos os cuidados em favor desconhecido, quando
regressasse.
Vejamos que o
ensinamento do Divino Mestre nos apresenta no samaritano a figura de um homem
comum.
Não explicou
se ele era um capitalista;
Um pobre lavrador;
Um homem de
más tendências;
Um descrente
de Deus;
Um aficionado
dos prazeres mundanos;
Se ele fora um
delinquente;
Se não
cultivava hábitos louváveis;
Se era casado;
Se era
solteiro;
Se era
negociante;
Se era um
alcoólatra;
Se descendia
de família considerada nobre;
Se era filho
de alguma choupana esquecida;
Se fora um
intrigante;
Se fora um
administrador;
Se era um
considerado de classe inferior;
Se era
virtuoso;
Se era
devasso;
Se amava a
Deus ou se pertencia a alguma seita de propósitos ocultos.
A lição do
Mestre nos esclarece que era apenas um homem sem nome, praticando a solidariedade
humana para com o próximo abatido por cultivadores da indiferença e criminalidade.
Era apenas um
homem...
Fizestes hoje
a revivescência do herói anônimo que estimava no próximo um dos seus semelhantes
em provação e abandono.
Benditos,
sejais todos vós, irmãs e irmãos, notadamente do Lar Oficina, que nos visita,
que hoje levantaram tantas criaturas que se achavam à margem de fatal depressão
ou no círculo de doenças atrozes.
Nós, os amigos
espirituais; vos agradecemos o amor ao próximo que demonstrastes sem nenhum interesse
por compensações e grandezas humanas.
Nós vos
agradecemos por todos aqueles aos quais amparastes com a vossa bondade natural
e sentimento humano.
Estou entre os
pobres aos quais socorrestes e, em nome de todos os meus companheiros de pequenez
e de infortúnio, estou aqui, presente, mendigo que sou entre vós outros, os
ricos de trabalho e de amor, para unicamente dizer-vos:
-Muito
obrigado por todos os meus irmãos de pobreza e sofrimento e que Deus, nosso Pai
de Infinita Bondade, vos auxilie e vos abençoe.
Bezerra de
Menezes.
(Mensagem
recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 19 de dezembro de 1992, em
Uberaba, Minas, dirigida ao grupo de irmãos do Lar Oficina, dirigido pela irmã
D. Yolanda Cézar, após a tradicional Distribuição de Natal do Grupo Espírita da
Prece).
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