Servir em Silêncio
Agostinho
O discípulo do Senhor não
é chamado tão somente ao curso verbal.
Aprendizado e aplicação
constituem a realização.
Não te prendas, desse
modo, à indagação que perde o valor do tempo.
Pensa e age ao padrão de
idealismo redentor que abraçaste.
As sementes divinas devem
frutificar em nossos próprios caminhos, através do esforço perseverante.
Na fase evolutiva que nos
é própria, vemos aqueles que possuem a vida e os que são possuídos por ela.
Os primeiros aproveitam o
dia, enriquecendo-se de valores permanentes, no rumo das aquisições eternas.
Os segundos são
aproveitados pelas forças que orientam as horas, no jogo das circunstâncias
fatais.
Uns criam luz e sabedoria.
Outros descansam e sofrem
os conflitos da sombra.
Governando com as
diretrizes superiores, convertem-se na instrumentalidade dos Celestes
Desígnios.
Submetendo-se às causas de
ordem inferior, perseguem a ociosidade, ainda mesmo quando o regalo inútil se
lhes apresente aos olhos mortais com rotulagem fascinante.
Necessário se faz
marcharmos, com desassombro e serenidade, dilatando a capacidade receptiva, à
frente da Majestade Criadora.
O fenômeno nos círculos
físicos e espirituais não têm outro objetivo senão acordar a mente para a
revelação do Mais Alto.
Provar a divindade em nós-
herdeiros da Grandeza Universal – é muito mais que positivar a sobrevivência,
além da morte.
Guardar a bondade e o
entendimento na direção do Amor Supremo vale mais que o poder de demonstrar a
existência dos anjos.
O Reino do Senhor começará
no indivíduo ou jamais se estabelecerá na Terra, porque Deus visita o homem e
educa-o através do próprio homem.
O processo de
auto-aprimoramento, na sublimação do raciocínio e do sentimento transforma-nos
em servos da Lei Soberana e Compassiva, constituindo, em nossa esfera de
edificações presentes, o ministério maior.
Espiritualizemo-nos,
portanto, no caminho da perfeição e prossigamos com Jesus.
Não importa a
incompreensão.
Cada criatura vê o
horizonte que os próprios olhos podem abranger.
Quem ama não discute.
Serve em silêncio, semeia
o bem à distância da preocupação de recompensa e segue adiante.
O trabalho cristão é a
nossa alavanca renovadora.
Busquemos a Ciência,
realizando a santidade.
Os dias escoam-se
apressados.
As formas refundem-se,
incessantemente.
A morte que modifica
e seleciona, pune e corrige, atinge os próprios mundos.
Detendo o Tesouro do
Conhecimento Divino, elevemos nosso coração aos santuários eternos.
Responsáveis pelas dívidas
que criamos no passado, com a falsa aplicação das bênçãos recebidas, somos
também candidatos à riqueza imperecível do futuro.
Situados entre os séculos
que se foram e os milênios que virão, temos um diamante sublime a lapidar para
o Supremo Senhor – nosso próprio coração, que dorme ainda no berço de
aspirações primárias, bafejado pelos raios de luz celestes.
Aperfeiçoemos o caminho,
aperfeiçoando-nos.
Trabalha e auxilia sempre,
auxiliando a ti mesmo.
Unamo-nos espiritualmente,
em derredor do Cristo.
Gravitemos, felizes, em
torno d’Ele.
O sol comunica-se com o
verme, a milhões de quilômetros. O Mestre sustentar-nos-á, igualmente, nas
profundezas de nossa humildade, abençoando-nos os propósitos de ascensão, com a
luz do Seu Inextinguível Amor.
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