Asseio Verbal
Nossa
conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam.
“Não saia da
vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só o que for bom para promover a
edificação” – Paulo (Efésios, 4:29).
Quanto mais se
adianta a civilização, mais se amplia o culto à higiene.
Reservatórios
são tratados, salvaguardando-se o asseio das águas.
Mercados
sofrem fiscalização rigorosa, com vistas à pureza das substâncias alimentícias.
Laboratórios
são continuamente revistos, a fim de que não surjam medicamentos deteriorados.
Instalações
sanitárias recebem, diariamente, cuidadosa assepsia.
Será que não
devemos exercer cautela e diligência para evitar a palavra torpe, capaz de situar-nos
em perturbação e ruína moral?
Nossa
conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam.
Nossas frases
são agentes de propaganda dos sentimentos que nos caracterizam o modo de ser;
se respeitáveis, traze-nos a atenção de criaturas respeitáveis; se menos
dignas, carreiam em nossa direção o interesse dos que se fazem menos dignos; se
indisciplinadas, sintonizam-nos com representantes da indisciplina; se azedas,
afinam-nos de imediato, com os campeões do azedume.
Controlemos o
verbo, para que não venhamos a libertar essa ou aquela palavra torpe. Por muito
esmerada nos seja a educação, a expressão repulsiva articulada por nossa língua
é sempre uma brecha perigosa e infeliz, pela qual perigo e infelicidade nos
ameaçam com desequilíbrio e perversão.
Emmanuel
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