SAÚDE
A
saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do
morador, ou de um instrumento que reproduz em si o zelo ou a desídia das mãos
que o manejam.
A
falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se
reúnem simplesmente as forças desvairadas de nosso arrependimento, mas também
as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao
sentimento, instaurando desarmonias de vastas proporções nos centros da alma, a
percutirem sobre a nossa própria instrumentação.
Semelhante
descontrole apresenta graus diferentes, provocando lesões funcionais diversas.
A
cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de
natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual
se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura
de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.
É
assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem
como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos
reflexos da vida interior.
Todos
os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose,
estabelecendo fatores de desagregação.
Por
outro lado, importa reconhecer que o relaxamento da nutrição constrange o corpo
a pesados tributos de sofrimento.
Enquanto
encarnados, é natural que as vidas infinitesimais que nos Constituem o veículo
de existência retratem as substâncias que ingerimos.
Nesse
trabalho de permuta constante adquirimos imensa quantidade de bactérias
patogênicas que, em se instalando comodamente no mundo celular, podem
determinar moléstias infecciosas de variegados caracteres, compelindo-nos a
recolher, assim, de volta, os resultados de nossa imprevidencia.
Mas
não é somente aí, no domínio das causas visíveis, que se originam os processos
patológícos multiformes.
Nossas
emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.
Os
reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós
mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das
células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco
cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas; acentue-se, ainda,
que esses reflexos menos felizes, em se derramando sobre o córtex encefálico,
produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta,
pelas quais os reflexos daqueles companheiros encarnados ou desencarnados, que
se nos conjugam ao modo de proceder e de ser, nos atingem com sugestões
destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de
alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências
possamos aparecer como pessoas espiritualmente sadias.
Não
nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto
pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior,
imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são consequentes.
PENSAMENTO E
VIDA
FRANCISCO
CÂNDIDO XAVIER
DITADO
PELO ESPÍRITO EMMANUEL
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