Século XX
Século XX. Entardece.
Fim do milênio segundo.
Jesus tutelando o mundo,
Hora de paz e de prece.
Conflito, inveja, rancor,
De nada valem na terra,
E o ódio que faz a guerra,
Só se desfaz pelo amor.
Desde milênios distantes
Assírios, gregos, romanos,
Formavam grupos insanos,
Ostentando o orgulho
vão...
Viviam de luta armada,
Foice, forca, pedra,
espada,
Terror e devastação.
Nesse clima belicoso,
Entre nós, brilha Jesus...
Mas a guerra do poder,
Pela astúcia e pelo mando,
Deu-lhe num gesto nefando,
Martírio e morte na
cruz!...
Depois da angústia do Cristo,
A guerra vai aos cristãos,
Que morrem, dando-se as
mãos,
Na arena de horror e fel.
Temos depois as cruzadas,
Com matanças nas estradas,
Domina o gládio cruel.
No entanto, os povos do
tempo
Estavam todos cansados
De tantas guerras... Pediam
Nas sombras da Idade Média
Termo a qualquer
desavença.
Surge, então, a Renascença,
Por elevada esperança,
Mas a guerra ressurgiu
Nos movimentos da França.
Século XX.. Anoitece.
Ouço dele estranhas vozes,
O nosso século XX
E' daqueles mais
ferozes!...
Espíritas, companheiros,
Recordai a trilogia
União, serviço e amor,
Nas lutas de cada dia.
Resguardai com zelo e fé
Nossa doutrina de luz!...
Ante a treva mais espessa,
Que nenhum de nós se
esqueça
Da rota para Jesus!...
Castro Alves
São Paulo, 7 de outubro de
1992
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