No Culto da
Caridade
Aprendamos a
auxiliar para que a nossa dádiva não se transforme em espinho, envenenando as
chagas alheias.
A caridade não
surge apenas na doação de ordem material.
É serviço de
cada instante e apoio de cada dia.
Não comentes o
mal para que o mal não se estenda, não te refiras à sombra para que a sombra te
não envolva o caminho.
Ao pé dos
semelhantes cala o impulso da maldição que começa na leviandade e na crítica.
Se junto aos
doentes, não te reportes à enfermidade, se respirando entre ignorantes não
reproves aqueles que ainda se movimentam nas trevas.
Não insistas,
destacando a perversidade e o infortúnio, embora a vida nos determine o dever
de extinguir a penúria e sanar a dor.
Lembra-te de
que é preciso esquecer a própria superioridade, para que a lição não se
converta em orgulho e que é necessário ofuscar o nosso propósito de evidência
para que o ensejo da luz favoreça os necessitados de confiança.
Não vale
socorrer desesperando ou ferindo...
Quase sempre a
carência do próximo prescindirá do teu ouro, desde que saibas soerguê-la ao teu
próprio nível, a fim de que se dignifique para o trabalho e se restaure para o
sol da esperança.
Ocultar a mão
esquerda para que a mão direita não te conheça a beneficência não é
simplesmente atitude de respeito e fraternidade na assistência comum, mas também
apelo do Cristo à nossa humildade para que nos amparemos reciprocamente,
sabendo que a fraqueza dos caídos de hoje pode ser a nossa fraqueza nos embates
da alma que a vida nos oferecerá de futuro, e que apenas praticaremos o amor,
em nos compreendendo e ajudando uns aos outros por verdadeiros irmãos.
Ainda mesmo
que todas as circunstâncias te hostilizem, ajuda sempre.
Do livro Irmão.
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