“Jeziel tomou de
sobre a mesa os velhos pergaminhos sagrados e disse à
irmã, com triste
acento:
— Abigail, vamos
recitar o Salmo que nos foi ensinado pela mamãe para as horas difíceis.
Ambos se
ajoelharam e suas vozes comovidas, como a de pássaros
torturados,
cantavam baixinho uma das formosas orações de David, que
haviam aprendido
no colo maternal:
“O Senhor é o
meu Pastor,
Nada me faltará.
Deitar-me faz em
verdes pastos,
Guia-me
mansamente
A águas mui
tranquilas,
Refrigera
minhalma,
Guia-me nas
veredas da justiça
Por amor do seu
nome.
Ainda que eu
andasse
Pelo vale das
sombras da morte,
Não temeria mal
algum,
Porque Tu estás
comigo...
A Tua vara e o
Teu cajado me consolam.
Prepara-me o
banquete do amor
Na presença dos
meus inimigos,
Unges de perfume
a minha cabeça,
O meu cálice
transborda de júbilo!...
Certamente,
A bondade e a
misericórdia
Seguirão todos
os dias de minha vida
E habitarei na
Casa do Senhor
Por longos dias...“ (1)
(1)
Salmo 23º.
Do livro Paulo e Estevão, de EMMANUEL, psicografia de Chico Xavier.
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