O REMÉDIO JUSTO
Bem-aventurados os que choram
porque serão consolados.” - JESUS - MATEUS, 5: 4.
“Por estas palavras: “Bem-aventurados os
aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter
os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento,
come prelúdio da cura.” Cap. V, 12.
Perguntas, muitas vezes, pela
presença dos espíritos guardiões, quando tudo indica, que forcas contrárias às
tuas noções de segurança e conforto, comparecem, terríveis, nos caminhos
terrestres.
Desastres, provações,
enfermidades e flagelos inesperados arrancam-te indagações aflitivas.
Onde os amigos desencarnados que
protegem as criaturas? Como não puderam prevenir certos transes que te parecem
desoladoras calamidades? Se aspiras, no entanto, a conhecer a atitude moral dos
espíritos benfeitores, diante dos padecimentos desse matiz, consulta os
corações que amam verdadeiramente na Terra.
Ausculta o sentimento das mães
devotadas que bendizem com lágrimas as grades do manicômio para os filhos que
se desvairaram no vicio, de modo a que não se transfiram da loucura à
criminalidade confessa.
Ouve os gemidos de amargura
suprema dos pais amorosos que entregam os rebentos, do próprio sangue no
hospital, para que lhes seja amputado esse ou aquele membro do corpo, a fim de
que a moléstia corruptora, a que fizeram jus pelos erros do passado, não lhes
abrevie a existência. Escuta as esposas abnegadas, quando compelidas a concordarem
chorando com os suplícios do cárcere para os companheiros queridos, evitando
–se -lhes a queda, em fossas mais profundas de delinquência.
Perquire o pensamento dos filhos
afetuosos, ao carregarem, esmagados de dor, os pais endividados em doenças infecto contagiosas, na direção. o das casas de
isolamento, a fim de que não se convertam em perigo para a comunidade.
Todos eles trocam as frases de as
frases de carinho e os dedos veludosos pelas palavras e pelas mãos de guardas e
enfermeiros, algumas vezes desapiedados e frios, embora continuem mentalmente
jungidos aos seres que mais amam, orando e trabalhando para que lhes retornem
ao seio.
Quando vejas alguém submetido aos
mais duros entraves, não suponhas que esse alguém permaneça no olvido, por
parte dos benfeitores espirituais que lhe seguem a marcha.
O amor brilha e paira sobre todas
as dificuldades, à maneira do sol que paira e brilha sobre todas as nuvens.
Ao invés de revolta e desalento,
oferece paz e esperança ao companheiro que chora, para que, à frente de todo
mal, todo o bem prevaleça.
Isso porque onde existem almas sinceras, à
procura do bem, o sofrimento é sempre o remédio justo da vida para que, junto
delas, não suceda o pior.
Emmanuel
Livro da Esperança
Psicografia
Francisco Cândido Xavier –
Nenhum comentário:
Postar um comentário