Lugar depois da
morte
Muitas vezes
perguntas, na Terra, para onde seguirás, quando a morte venha a surgir...
Anseias,
decerto, a ilha do repouso ou o lar da união com aqueles que mais amas...
Sonhas o
acesso à felicidade, à maneira da criança que suspira pelo colo materno...
Isso, porém,
é fácil de conhecer.
Toda pessoa
humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida
ao cumprimento de certas obrigações;
nos
compromissos do plano familiar;
nas
responsabilidades da vida pública;
no campo dos
negócios materiais;
na luta pelo
próprio sustento...
O dever, no
entanto, é impositivo da educação que nos obriga a parecer o que ainda não
somos, para sermos, em liberdade, aquilo que realmente devemos ser.
Não olvides,
assim, enobrecer e iluminar o tempo que te pertence.
*
Não nos
propomos nivelar homens e animais; contudo, numa comparação reconhecidamente
incompleta, imaginemos seres outros da natureza trazidos ao regime do espírito
encarnado na esfera física.
O cavalo
atrelado ao carro, quando entregue ao descanso, corre à pastagem, onde se
refocila na satisfação dos próprios impulsos.
A serpente,
presa para cooperar na fabricação de soro antiofídico, se for libertada,
desliza para a toca, onde reconstituirá o próprio veneno.
O corvo,
detido para observações, quando solto, volve à imundície.
A abelha,
retida em observação de apicultura, ao desembaraçar-se, torna, incontinenti, à
colméia e ao trabalho.
A andorinha
engaiolada para estudo, tão logo se veja fora da grade, voa no rumo da
primavera.
Se desejas
saber quem és, observa o que pensas, quando estás sem ninguém; e se queres
conhecer o lugar que te espera, depois da morte, examina o que fazes contigo
mesmo nas horas livres.
Emmanuel
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