Lições do momento
Deus é amor
invariável e o amor desafivela os grilhões do espírito.
Se há repouso
na consciência, a evolução da alma ergue-se, desenvolta, dos alicerces
insubstituíveis do sacrifício.
Quem não se
bate pelo bem, desce imperceptivelmente para as fileiras do mal.
Junto à
correção sempre existe o desacerto, exaltando o mérito do dever na conduta
digna.
Identifique,
na dificuldade, o favor da Providência Divina para dilatar-lhe a paz, sentindo,
no imprevisto da experiência mais grave, o fulcro de incitamento à perseverança
na boa intenção e vendo, na tibiez de quantos imergiram na invigilância, o exemplo
indelével daquilo que não deve ser feito.
Quanto maior
a sombra em torno, mais valiosa a fonte de luz.
Desse modo, a
alegria pura viceja entre a dor e o obstáculo; a resignação santificante nasce
em meio às provas difíceis; a renúncia intrépida irrompe no seio da injustiça
das emulações acirradas, e a pureza construtiva surge, não raro, em ambiente de
viciação mais ampla.
Eis por que,
em seu círculo pessoal, se entrecruzam mensagens importantes e diversas a lhe
doarem o estímulo e a consolação, o entendimento e a claridade de que você
carece para ajustar-se espiritualmente, através das lides variadas de cada
instante.
O chefe
irritadiço é instrumento providencial da corrigenda.
O companheiro
problemático deixa-nos livre caminho à sementeira da fraternidade sem mescla.
O engano é
precioso contraste a ressaltar as linhas configurativas da atitude melhor.
A
tortuosidade do caminho demonstra a excelência da estrada reta.
Faça, pois,
do momento que transcorre, a lição recolhida para o momento a transcorrer,
verificando quantas vezes, em vinte e quatro horas, você é requisitado a
auxiliar os semelhantes, e não regateie cooperação.
Na oficina de
trabalho, buscam-lhe a gentileza no amparo de muitos corações que se sentem ao
desabrigo.
Na via
pública, esbarram-lhe o passo companheiros que vão e vêm buscando encontrar o
sorriso que você pode ofertar-lhes como incentivo à esperança.
No recesso do
lar, o alvorecer encontra-lhe a presença, em novas possibilidades de exaltar a
confiança nos Desígnios da Altura.
Na
conversação comum, requisições ostensivas auscultam-lhe a disposição de
estender conhecimento e virtude, na enfermagem das chagas morais, entrevistas
na modulação das vozes e nos traços dos semblantes, afora variegados ensejos de
assistir o próximo, a lhe desafiarem a eficiência e a vigilância, tais como a
necessidade interior estampada no silêncio do visitante, o azedume do colega
menos feliz, o doente a buscar-lhe os préstimos, o sofredor a rogar-lhe
compreensão, a abordagem da criancinha desvalida, a surpresa menos agradável, a
correspondência a exigir-lhe a atenção ou o noticiário intranquilo que a
imprensa propala.
Pureza
inoperante é utopia igual a qualquer outra e, em razão disso, ignorar a poça
infecta é manter-lhe a inconveniência.
Não
menospreze, assim, a lição do momento, na certeza de que renovamos idéias,
experiências e destinos, cada dia, segundo as particularidades das manifestações
de nosso livre arbítrio.
André Luiz
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